Matéria / Polícia

Perito Ricardo Molina fala sobre trabalho da perícia no caso Fernanda Lages

20/11/2011 |
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Por Rômulo Maia

O perito forense Ricardo Molina, conhecido pela atuação em casos polêmicos e de repercussão nacional, falou sobre o caso Fernanda Lages durante evento na Universidade Estadual do Piauí, em Picos. De acordo com ele, a preservação da cena do crime é fundamental para a realização da perícia.

Imagem: Reprodução

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Ao tomar conhecimento de detalhes sobre a morte da estudante e do andamento das investigações, Molina questionou de imediato se o local do crime havia sido conservado até a chegada dos peritos. Segundo ele, essa é uma das maiores dificuldades dos profissionais da área.

“Quem tem que entrar no local do crime em primeiro lugar é o perito, só que ele é normalmente o último a entrar. O que ele coleta já não é coisa significativa”, disse.

A falta de estrutura pericial e a rápida liberação dos corpos também foram apontadas pelo perito como empecilhos para a resolução de crimes. “Aqui no Brasil não se tem muito cuidado em preservar o corpo. É feito um exame necroscópico muito rapidamente, quase um padrão, e o corpo é logo enterrado. Se tiver uma dúvida depois, já não tem como resolver”, pontuou.

Recorrentes no Brasil, os problemas e empecilhos ao trabalho pericial citados por Molina ficaram latentes no caso Fernanda. A cena do crime foi violada e descaracterizada antes da perícia chegar ao local.

O trabalho de quem realizou a perícia também foi atabalhoado e, muitas vezes, amador. Sacolas plásticas que estavam no local foram usadas para guardar evidências. E os peritos do Piauí demoraram quase uma semana para cogitar a possibilidade de Fernanda ter chegado ao piso superior do prédio do Ministério Público Federal. Mais tarde, com o decorrer das investigações, ficou constatado que a jovem caiu (ou foi jogada) da cobertura do prédio.

Segundo o Ministério Público Estadual, o exame de necropsia feito na estudante também foi inconclusivo. Os promotores Ubiraci Rocha e Eliardo Cabral estudam a possibilidade de pedir a exumação do corpo de Fernanda para que um novo exame seja feito.

Quem é Ricardo Molina

Ricardo Molina ficou conhecido em 1991, quando foi convocado pela Polícia Federal para auditar uma fita em que o ministro do Trabalho no governo Collor, o sindicalista Antônio Rogério Magri, admitia ter recebido uma propina de 30 mil dólares.

A fama veio alguns anos depois com o caso da morte de PC Farias - assessor de Collor encontrado morto em sua casa de praia, ao lado da namorada. O perito contestou o laudo emitido por um colega também da Unicamp, o médico legista Fortunato Badan Palhares, que defendia a tese de homicídio seguido de suicídio da namorada de PC, Suzana Marcolino. A especulação na época apontava para um caso de duplo homicídio por queima de arquivo.

Molina trabalhou ainda nos laudos dos casos da Chacina de Eldorado dos Carajás; o crime da Favela Naval e o acidente que matou os integrantes da banda Mamonas.

É comumente contratado para emitir laudos para órgãos como o Ministério Público Federal, CPI's do Congresso Nacional, além de departamentos de investigação de vários estados da federação e ainda órgãos de imprensa.

 

Com informações Portal AZ

Por Rômulo Maia

O perito forense Ricardo Molina, conhecido pela atuação em casos polêmicos e de repercussão nacional, falou sobre o caso Fernanda Lages durante evento na Universidade Estadual do Piauí, em Picos. De acordo com ele, a preservação da cena do crime é fundamental para a realização da perícia.

Ao tomar conhecimento de detalhes sobre a morte da estudante e do andamento das investigações, Molina questionou de imediato se o local do crime havia sido conservado até a chegada dos peritos. Segundo ele, essa é uma das maiores dificuldades dos profissionais da área.

“Quem tem que entrar no local do crime em primeiro lugar é o perito, só que ele é normalmente o último a entrar. O que ele coleta já não é coisa significativa”, disse em entrevista à jornalista Maria Moura, do portal RiachãoNet.

A falta de estrutura pericial e a rápida liberação dos corpos também foram apontadas pelo perito como empecilhos para a resolução de crimes. “Aqui no Brasil não se tem muito cuidado em preservar o corpo. É feito um exame necroscópico muito rapidamente, quase um padrão, e o corpo é logo enterrado. Se tiver uma dúvida depois, já não tem como resolver”, pontuou.

Recorrentes no Brasil, os problemas e empecilhos ao trabalho pericial citados por Molina ficaram latentes no caso Fernanda. A cena do crime foi violada e descaracterizada antes da perícia chegar ao local.

O trabalho de quem realizou a perícia também foi atabalhoado e, muitas vezes, amador. Sacolas plásticas que estavam no local foram usadas para guardar evidências. E os peritos do Piauí demoraram quase uma semana para cogitar a possibilidade de Fernanda ter chegado ao piso superior do prédio do Ministério Público Federal. Mais tarde, com o decorrer das investigações, ficou constatado que a jovem caiu (ou foi jogada) da cobertura do prédio.

Segundo o Ministério Público Estadual, o exame de necropsia feito na estudante também foi inconclusivo. Os promotores Ubiraci Rocha e Eliardo Cabral estudam a possibilidade de pedir a exumação do corpo de Fernanda para que um novo exame seja feito.

Quem é Ricardo Molina

Ricardo Molina ficou conhecido em 1991, quando foi convocado pela Polícia Federal para auditar uma fita em que o ministro do Trabalho no governo Collor, o sindicalista Antônio Rogério Magri, admitia ter recebido uma propina de 30 mil dólares.

A fama veio alguns anos depois com o caso da morte de PC Farias - assessor de Collor encontrado morto em sua casa de praia, ao lado da namorada. O perito contestou o laudo emitido por um colega também da Unicamp, o médico legista Fortunato Badan Palhares, que defendia a tese de homicídio seguido de suicídio da namorada de PC, Suzana Marcolino. A especulação na época apontava para um caso de duplo homicídio por queima de arquivo.

Molina trabalhou ainda nos laudos dos casos da Chacina de Eldorado dos Carajás; o crime da Favela Naval e o acidente que matou os integrantes da banda Mamonas.

É comumente contratado para emitir laudos para órgãos como o Ministério Público Federal, CPI's do Congresso Nacional, além de departamentos de investigação de vários estados da federação e ainda órgãos de imprensa.

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