A Associação de Oficiais Militares (AMEPI) planeja para esta quarta-feira uma manifestação contra os critérios utilizados atualmente para a promoção de oficiais e praças. Eles cobram mudanças na atual legislação que, de acordo com eles, não é objetiva e é feita levando em consideração critérios de "amizades políticas". O manifesto está marcado para as 16 horas desta quarta-feira na praça da Liberdade, em frente ao Palácio de Karnak.
A convocação para a manifestação está sendo feita pelo presidente da AMEPI, capitão Evandro Rodrigues. "Não é justo que um soldado passe 30 anos sem receber uma promoção e o chefe do gabinete militar do governador Wilson Martins, com apenas 20 anos de serviço já tenha recebido todas as suas promoções", criticou. No último sábado, o governador Wilson Martins participou de solenidade onde foram promovidos 113 militares aos postos de coronel, tenente-coronel, major, capitão e tenente. De acordo com a Coordenadoria de Comunicação do Estado, 70% das promoções aconteceram pelo critério de antiguidade. O restante foi promovido "por mérito intelectual e merecimento".
Para o capitão Evandro a lei que estabelece os critérios de promoção de oficiais da Polícia Militar é "uma verdadeira falta de respeito à moralidade". De acordo com ele, muitas das promoções de oficiais acontecem por parte daqueles que não trabalham na atividade fim da Polícia Militar. "São promovidos aqueles que constantemente estão ancorados nas tetas dos sucessivos governos", denuncia.
As críticas aos critérios de promoção não param por aí. "Os critérios para as promoções hoje são amizade política, serem subservientes, não trabalhar na tropa, dentre outros adjetivos que preferimos não expor por aqui, devido ao baixo nível", diz capitão Evandro, em documento encaminhado à imprensa. Na "carta aberta", ele diz que o problema vem gerando "estragos" na corporação e compara com "um câncer que cresceu desordenadamente e que fez escola, pouco ortodoxa, em que se ensinava o desrespeito a hierarquia e disciplina".
Chamando de "anomalias", ele cita o caso de um Tenente Coronel do Palácio de Karnak, Assessor do Governador e do Ex Governador, que será promovido a Coronel e outro, da mesma turma de formação (Aspirante 94), que é Capitão e que há anos trabalha na tropa e não será promovido.
Procurado pela reportagem do O Dia, o comandante da Polícia Militar, coronel Rubens Pereira, evitou polemizar. Segundo ele, as promoções obedecem critérios legais. "Há uma lei que disciplina o ato de promoção dos policiais. Os nomes são colocados em uma relação preenchendo os requisitos legais, que é encaminhada ao governador que analisa os critérios por merecimento", explicou, acrescentando que o Ministério Público e demais entidades podem fiscalizar o processo de promoção que irá verificar que não há irregularidades.
Portal O Dia