Em uma mesma noite, o Palmeiras se frustrou, sonhou e se orgulhou do que fez mesmo derrotado. Nesta quarta-feira, no Allianz Parque, o time esteve perto de conseguir uma histórica virada sobre o Boca Juniors, pela Copa Libertadores, mas não saiu do empate por 2 a 2 e deu adeus à competição aplaudido pelos 40 mil torcedores. Os argentinos vão à decisão para enfrentar o maior rival, o River Plate.
Quando a torcida do Palmeiras for se lembrar no futuro da Libertadores de 2018, terá memórias trágicas sobre o Boca Juniors. A equipe argentina só passou da fase de grupos graças ao auxílio alviverde e retribuiu a ajuda de forma cruel, na figura do atacante Benedetto. O reserva saiu do banco nos jogos para marcar três gols nas semifinais.
O Palmeiras se preparou para ter uma noite de virada épica no Allianz Parque. A torcida fez festa para receber os jogadores, teve foguetório antes do início do jogo e torcedores que permaneceram de pé a maior parte do tempo. O ambiente foi montado para reverter a desvantagem de 2 a 0 e ir à final da Copa Libertadores.
O jogo seria uma batalha contra o tempo, contra o nervosismo e contra o Boca. A angústia aumentou porque quando a torcida ainda gritava nos minutos iniciais, o time teve um gol anulado corretamente por impedimento pelo árbitro de vídeo. A explosão de felicidade momentânea deu lugar ao desânimo do choque de realidade.
A equipe continuava a precisar de no mínimo dois gols para levar aos pênaltis. Era ruim. Pois ficou pior. Logo depois, passou a precisar fazer quatro para se classificar. Aos 17 minutos, o Palmeiras errou na saída de bola e, com esperteza, o Boca Juniors encaixou um contra-ataque. Ábila concluiu e piorou o drama alviverde.
O time da casa ficou desnorteado com o aumento da desvantagem. A torcida sentiu o momento ruim e no intervalo o estádio ficou silencioso.
O segundo tempo precisava ter quatro gols. O Palmeiras avançou o time no intervalo e incendiou o estádio ao conseguir virar a partida com Luan e Gómez, aos 7 e 15 minutos. A torcida recuperou o otimismo, pois seriam no mínimo 30 minutos restantes para fazer mais dois gols.
A partida ficou mais emocionante, com o Boca Juniors encurralado e uma confiança no ar de que a classificação sonhada e épica viria. Mas o futebol e os times argentinos são traiçoeiros. Benedetto entrou no jogo para, aos 25, empatar em 2 a 2. Passou a ser necessário para o Palmeiras fazer 5 a 2.
A missão se tornou impossível. O sonho acabou de forma honrosa, com aplausos e o reconhecimento de que não faltou empenho.
FICHA TÉCNICA:
PALMEIRAS 2 X 2 BOCA JUNIORS
PALMEIRAS - Weverton; Mayke, Luan, Gustavo Gómez e Diogo Barbosa; Felipe Melo (Scarpa), Bruno Henrique (Moisés) e Lucas Lima; Willian (Borja), Dudu e Deyverson. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
BOCA JUNIORS - Rossi; Jara, Magallan, Izquierdoz e Olaza; Nández, Barrios e Pérez (Gago); Pavón (Zarate), Villa e Ábila (Benedetto). Técnico: Gustavo Schelotto (interino).
GOLS - Ábila, aos 17 minutos do primeiro tempo. Luan, aos 7, Gómez aos 15, e Benedetto, aos 25 minutos do segundo tempo
ÁRBITRO - Wilmar Roldán (Fifa/Colômbia).
CARTÕES AMARELOS - Luan, Gustavo Gómez, Felipe Melo, Deyverson (Palmeiras); Pablo Pérez, Ábila (Boca Juniors).
PÚBLICO - 40.299 pagantes.
RENDA - R$ 3.829.551,24.
LOCAL - Estádio Allianz Parque, em São Paulo (SP).
Por Ciro Campos
Estadão Conteúdo