Matéria / Curiosidades

Amor é um risco do qual não se sai imune; diz vidente

19/12/2011 |
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A jornada, plena de dificuldades, é feita de sorte, equilíbrio precário, encontro, encruzilhada, um ou outro enfeite, vastas emoções, desastrosos enganos

A jornada, plena de dificuldades, é feita de sorte, equilíbrio precário, encontro, encruzilhada, um ou outro enfeite, vastas emoções, desastrosos enganos

Se você ama, faça como manda a canção, "erga a mão para os céus e agradeça". Afinal, essa é a grande razão do viver, como você, alías, sabe e corajosamente não tem medo de enfrentar. Por isso mesmo, a minha dica esotérica para você, nessa virada de ano é, sem medo dos bloqueios da conspiração inimiga: ame, estufe o peito e diga aos quatro ventos: "amo". Coloque logo depois uma porção de pontos de exclamação mentais para fortalecer e fazer brilhar seu grito.

Se tudo ao redor parece estranho e sem sentido, veja que sem essa incrível capacidade de amar, tudo fica ainda mais vazio e egoísta. A vida sem amor - e, infelizmente, muita gente vai assim - é como uma fruta sem polpa, fruta apenas na aparência. E, quando se quer dar uma dentada, deixar o suco doce espalhar e invadir tudo, nada... nadinha.

O amor está nos inícios e fundações. Veja a letra A. Primeira do alfabeto e também primeira da palavra amor. Assim, mesmo com aborrecimento e abandono, adeus e agonia, ausência e aperreio, pode-se ousar a aventura da aceitação e do aplauso, do abocanhar e da abracadabra, do abraço, do agradecer, do abençoar.

Amor é isso mesmo, risco e ousadia, um mergulho do qual não se pode sair seco e imune. Um balé pleno de alma, corpo, música, flores e motivos. As encruzilhadas, os galanteios, os beijos, as tristezas, as saudades, as cartas, os lenços encharcados... Essas são as coisas que vão deixar uma cicatriz na alma, vão amadurecer o carma, carregar nossa evolução para outros patamares de progresso espiritual e de vivência das verdades universais.

Portanto, atenção. É preciso cuidar do jardim, afofar a terra, jogar sementes, adubar, regar, retirar as ervas-daninhas e as malditas lagartas. Ter a paciência para conviver com dedos espetados pelos espinhos. Merecer ver florescer, brilhar após a chuva. Aceitar que flores tão queridas, após vibrarem em sua máxima fulgência, despetalam e caem fenecidas. Nos nosso jardins, falemos sem ilusões, os caminhos quase nunca são estradas em linha reta. A jornada, plena de dificuldades, é feita de sorte, equilíbrio precário, encontro, encruzilhada, um ou outro enfeite, vastas emoções, desastrosos enganos.

Essa incerteza é da nossa condição. Importante é contrapor uma força que afirme a alma humana e sua capacidade de doar, de generosamente compartilhar, de ousar o enlace numa situação de vida e mundo (esse que nos foi dado viver) que promove - de maneira perigosamente falsa - o individualismo mais brutal e feroz.

 

Marina Gold

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