Durante audiência pública realizada nesta segunda-feira (1º/04), na Assembleia Legislativa do Piauí, professores e alunos da Universidade Estadual do Piauí voltaram à cobrar autonomia financeira para a instituição de ensino, que hoje enfrenta greve por atrasos no pagamento dos terceirizados, suspensão no pagamento de bolsas e déficit de docentes em cursos importantes, como o de Medicinal.
Convocada pela deputada Teresa Britto (PV), a audiência contou ainda com a presença do Ministério Público Estadual, representado pelo promotor Fernando Santos, da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí, além dos deputados da bancada do governo.
O grupo irá compor uma comissão para debater os problemas da UESPI e dialogar com o governo. "Vamos fazer um requerimento ao governador solicitando que, de imediato, ele resolva o pagamento dos terceirizados, o custeio da UESPI, para que ela possa caminhar, para comprar os insumos, pagar as bolsas. Essas ações emergenciais, o governador tem que fazer imediatamente", disse Teresa Britto.
A deputada argumenta ainda que, sem autonomia, o reitor vive "de pires na mão" atrás do secretário de Fazenda do Estado, buscando a liberação de recursos. "Gasto com a educação é investimento, então tem que ser prioridade. Essa comissão vai trabalhar a questão da autonomia financeira. Nós precisamos agir, já chega de burocracia, já chega de sofrimento", ressaltou.
O deputado Franzé Silva (PT) disse que o governo tem se mostrado aberto não só para a situação da UESPI, mas para todos os servidores.
"Temos colocado de forma bem clara a dificuldade financeira do estado e temos sempre dito que não podemos jogar na platéia, é possível fazer uma coisa dentro das condições financeiras e econômicas do estado do Piauí. Sabemos da dificuldade da UESPI, mas queremos estar negociando dentro daquilo que é aplicável, não pode prender a ilusão, dizendo que se resolve no curto prazo quando isso não é verdade, queremos ter uma decisão definitiva, mas que seja exequível", finalizou o deputado.
Já o Ministério Público avalia a audiência como um avanço nas discussões. "O avanço principal hoje é colocar em prática a autonomia da UESPI. E repito o que eu disse na audiência, que se o governo do estado reconhecer a autonomia hoje, boa parte dos problemas da UESPI serão resolvidos já imediatamente".
Para o professor Antônio Dias, a audiência é um passo importante para mudar a realidade na Universidade. "Historicamente a UESPI vem sendo sucateada, infelizmente. A audiência de hoje é muito por conta disso, nossa slogan tem sido 'a UESPI se nega a morrer', é uma tentativa da gente manter a UESPI viva, então nesse sentido a gente entende que a audiência é necessária e importante. É um passo inicial nesse sentido, um canal de negociação aberto com a comunidade uespiana".
Fonte: 180graus