A evasão escolar é um dos grandes problemas da educação brasileira, que tem péssima avaliação quando comparada com outros modelos mundo afora. Mas o assunto não é tema de discussão apenas no âmbito do Ensino Fundamental. Também as universidades discutem os números que mostram casos calamitosos – como o abandono de cursos considerados básicos, a exemplo dos que formam professores, que em alguns casos não graduam nem metade dos que ingressam em suas salas.
A reforma do currículo do Ensino Medio teve como uma das grandes preocupações tornar esse ensino mais efetivo, garantir alunos com maior aprendizado. O velho currículo não estimula o estudante, que se sente desconectado. Daí, os dados falam por si: uma boa fatia sai do Ensino Médio sem sequer resolver uma regra de três, ou realizar conjugações verbais elementares. O resultado é que os alunos que chegam às universidades chegam com baixas condições até mesmo para entenderem o que se ensina pior lá.
Antes mesmo no desembarque nos campi, os alunos já vão tirando o Ensino Médio de suas vidas: a evasão nas 1ª e 2ª série vem se mantendo acima dos 10%. Na 3ª série baixa um pouco (ao redor de 7%), mas segure preocupante principalmente quando entendemos que esses números são cumulativos.
Nas universidades a evasão é enorme, tanto na rede pública como na privada. O tema ganhou dimensão maior nos últimos meses após falas nada serenas partidas do Ministério da Educação. Mas o assunto é debatido nas universidades há alguns anos. As Universidades – as federais capitaneando essa discussão – querem mostrar mais resultados. E a redução da evasão é um dos caminhos.
Cursos formam menos da metade
Os números variam de uma universidade para outra. Mas a média nacional da evasão nas universidades é muito, muito preocupante. Alguns cursos mais concorridos (e caros), como Medicina, o índice de evasão anda em patamar aceitável. Mas há cursos como Pedagogia que a evasão beira os 40%. No caso de Química, Física e Matemática, os dados do INEP apontam para evasões que superam os 50%.
Esses dados se mostram mais preocupantes porque boa parte dos cursos recordistas em abandono está relacionada à formação de professores. E a formação de professores é um dos calcanhares de Aquiles da educação brasileira, ainda mais com a nova base curricular do ensino médio. O novo currículo - mais flexível - é apontado como um bom caminho, mas sem professor adequadamente preparado não produzirá os resultados esperados.
Cidade Verde