O Piauí registrou uma ligeira queda na taxa de analfabetismo entre pessoas acima de 15 anos no ano passado. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (19) pelo IBGE através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Segundo a pesquisa, a taxa caiu de 17,2% entre 2016 e 2017 para 16,6% em 2018.
Em relação a 2018, os 16,6% deixaram o Piauí com a segunda maior taxa de analfabetismo do Brasil entre pessoas acima de 15 anos. O índice, que soma mais de duas vezes a média no Brasil (6,8%), só é inferior ao de Alagoas, que foi de 17,2% no ano passado.
Em termos metodológicos é considerado alfabetizado quem sabe ler ou escrever um bilhete simples. A PNAD Contínua aponta em seus resultados que em 2018 cerca de 6,8% dos brasileiros, de 15 anos ou mais de idade, ainda não possuíam essa habilidade, o que equivale dizer que aproximadamente 11,3 milhões de pessoas eram analfabetas no país.
De acordo com o IBGE, apesar do desempenho ruim, a taxa de analfabetismo vem diminuido ano após ano, tendo sido de 7,2% em 2016, de 6,9% em 2017, tendo ficado praticamente estável em 2018, com 6,8%.
O Estado com a menor taxa de analfabetismo foi o Rio de Janeiro, com 2,4%.
Sexo
No Piauí a taxa de analfabetismo é 3,1 pontos percentuais maior para os homens (18,2%) do que para as mulheres (15,1%). Já em relação a cor, no ano passado, a taxa de analfabetismo é maior entre as pessoas de cor preta ou parda em relação às de cor branca, em cerca de 3,8 pontos percentuais.
Integração municípios e Estado
Em entrevista ao Notícia da Manhã, desta quinta-feira (20), o superintendente de Educação Técnica e Profissional e Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), José Barros Sobrinho, reconheceu que é necessário maior integração entre municípios e Estado.
"O problema é que a cada ano são produzidos novos analfabetos. É bom que se esclareça que essa produção não tá parada. A alfabetização, sobretudo a idade de 0-3 e 4-5 anos, está nos municípios e precisamos fortalecer esse regime de colaboração do Estado com os municípios para ver se a gente consegue estancar a produção de novos analfabetos", disse o superintendente
"O Estado pode ajudar tecnicamente os municípios, pois já tem uma estrutura dentro da secretaria para receber os municípios e assim estar orientando nesse processo de formação. A Seduc pode entrar com a parte técnica de formação no auxílio aos municípios para que a gente possa estar alfabetizando essas crianças para que quando cheguem na idade de jovens já estejam alfabetizadas", reitera.
O superintendente destaca ainda que é recorrente os esforços para melhorar os índices de educação.
"O Piauí tem avançado significativamente em termos de educação. Melhoramos o aprendizado de nossos alunos em português e matemática [...] avançamos em uma série de pontos. É preciso lembrar que a alfabetização é recorrente em todas as mesas de discussão sobre educação", conclui José Barros.
Por Hérlon Moraes e Graciane Sousa
Com informações do Cidadeverde