O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado do Piauí (Sinepe), Marcelo Siqueira, disse que não deve haver flexibilização no preço das mensalidades das escolas particulares por causa da pandemia do novo coronavírus. Ele alega que o período sem aulas é uma antecipação das férias escolares, já previsto no acordo coletivo e que o retorno com as aulas online, marcado para o dia 13 de abril, está acarretando em aumento de custos para os estabelecimentos de ensino.
“Vejo muita gente falando de mensalidade escolar, mas nós não tratamos de mensalidade, tratamos de anuidade. Nós vendemos um serviço anual e a gente divide apenas em 12 prestações. Pode ter flexibilização dos prazos, mas não está acontecendo, porque a folha de pagamento está ai para as escolas pagarem. Nós não podemos dispensar nenhum funcionário, porque as aulas vão voltar. Eles estão de férias e há um aumento de despesas das escolas e não há redução”, destaca o professor Marcelo Siqueira.
Segundo ele, os custos aumentaram com as aulas à distância, porque as escolas precisaram investir em tecnologia e treinamento de pessoal.
“Quando voltarmos as aulas, nós estamos contratando pessoal para treinamento dos professores, contratando pessoal de TI (Tecnologia da Informação) porque os professores de muitas escolas não estão acostumados com essa tecnologia, software caros, porque normalmente os que são utilizados são com poucos minutos não atendem às escolas. Esse período sem aula já estava previsto, só que foi antecipada as férias. Vamos voltar com aulas online, estudo dirigido, roteiro de tarefas para garantir a aprendizagem do aluno”, afirmou.
Siqueira disse ainda que esses custos não podem ser repassados para os pais neste período, já que a planilha é fechada anualmente.
“Isso não é uma prática (de repassar os custos para os pais), normalmente a gente só rever a planilha de custo no final do ano e não estamos pensando em nada adicional. Estamos tendo na verdade gastos que é com a folha de pagamento”.
Sobre as aulas, o presidente do Sinepe ressalta que cada escola vai fazer suas regras e os alunos devem se adequar, já que estão respaldadas pelo Conselho Estadual de Educação que regulamentou as aulas à distância. “Quem não tiver internet vai ter que providenciar, vai dar seu jeito”.
A volta às aulas presenciais vai depender das orientações do poder público. “Estamos agindo em conjunto, estamos em contato sempre, dependendo das orientações das autoridades. Não vamos desobedecer, estamos de mãos dadas”, finalizou.
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