Encontrar aparelhos de telefone celular durante as vistorias nas celas da Penitenciária José de Deus Barros no município de Picos, não é nenhuma novidade faz tempo. Bem como é normal e pertinente os presidiários enviarem cartas aos meios de comunicação reclamando e pedindo ajuda seja ao Ministério Público ou a membros do Poder Judiciário. Mas um suposto detento dessa unidade prisional decidiu “inovar” unindo as duas formas de comunicação: ele participou ao vivo de um programa de rádio via celular.
Dizendo-se presidiário da penitenciária José de Deus Barros o homem que não se identificou participou do programa “Jornal da 95”, na rádio Cidade Modelo FM, nesta última quinta-feira (02/02). Na oportunidade, em conversa, o preso fez um relato da situação difícil dentro do presídio. “Aqui se encontram mais de 350 homens quando a capacidade é apenas para 122 homens, estamos em uma superlotação, a alimentação não está sendo adequada, nós não temos assistência médica, não temos assistência religiosa, não temos assistência jurídica. A bem da verdade nós estamos abandonados pelo Poder Judiciário”, reclamou.
Mostrando domínio do assunto o detento deu prosseguimento as reclamações falando que alguns continuam presos mesmo já tendo passado o tempo de receber os benefícios garantidos pela Lei. “Existem detentos aqui preso por serem simples moeda de comércio, porque cada detento aqui vale alguma coisa para o bolso de alguém, não vou citar nome porque terei de provar posteriormente e eu não posso provar. Então eu queria que autoridades competentes, a OAB, Direitos Humanos, o Poder Judiciário em si, tomassem as devidas providências para acabar a superlotação e nos dar aquilo que é de direito nosso. Somente isso”, pontuou.
Depois do desabafo do suposto preso os apresentadores voltaram o questionamento para como ele estaria fazendo a ligação de dentro da penitenciária. Então ele confirmou que era via telefone celular. “Eu sei que é proibido [o uso do celular na cadeia], mas quando se há dinheiro se há corrupção”.
GREVE DE FOME:
Durante a entrevista o detento também falou que os ocupantes de pelo menos três pavilhões estariam em greve de fome. De acordo com alguns sites da capital na parte da tarde os presos promoveram um motim. A confusão seria uma retaliação contra a decisão do secretário Estadual de Justiça, Henrique Rebelo, ter proibido a entrada de alimentos levados por familiares. Mas, conforme a direção de presídios da Secretaria Estadual de Justiça a situação já teria sido controlada.
Fonte: Com informações do Rodeador News
Imagem: Meramente Ilustrativa
