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Por que pode ser preciso usar máscara mesmo após vacina contra covid-19

Os médicos e infectologistas alertam: na verdade, a vida não vai voltar ao normal logo após tomar a vacina

14/12/2020 | Redação
Uso de máscaras / Foto: Reprodução

Uma das vacinas que já se provaram eficazes contra a covid-19 — a da Pfizer — está sendo distribuída no Reino Unido desde segunda-feira (8/12), e há perspectiva de que no ano que vem alguma das vacinas contra a doença esteja disponível no Brasil.

Qual vai ser a primeira coisa que você vai fazer depois de tomar a vacina? Se já estava fazendo planos de abandonar a máscara imediatamente, viajar, ir para a balada e rever todo mundo que não conseguiu encontrar em quase um ano de pandemia, os médicos e infectologistas alertam: na verdade, a vida não vai voltar ao normal logo após tomar a vacina.

“Depois de tomar a vacina, é preciso voltar para casa, manter o isolamento social, aguardar a segunda dose e depois esperar pelo menos 15 dias para que a vacina atinja o nível de eficácia esperado”, explica a bióloga Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência. “E mesmo depois, é preciso esperar que boa parte da população já tenha sido imunizada para a vida voltar ao normal.”

Tempo para o corpo reagir

Embora existam particularidades dependendo do tipo de vacina e do tipo de doença, o mecanismo geral de funcionamento de uma vacina é sempre o mesmo: ela introduz no corpo uma partícula — chamada antígeno — que produz uma resposta imunológica no corpo e faz com que ele esteja preparado para enfrentar um tentativa de contaminação do corpo caso entre em contato com o vírus no futuro.

Esse antígeno pode ser um vírus desativado (morto), um vírus enfraquecido (incapaz de adoecer alguém), pode ser um pedaço do vírus, alguma proteína que se assemelhe ao vírus ou até mesmo um ácido nucléico (como a vacina da RNA).

O antígeno provoca uma resposta imunológica, ou seja, faz com que o corpo se torne capaz de reconhecer aquele vírus e produzir anticorpos para combatê-lo, explica o médico infectologista Jorge Kalil, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Dá próxima vez que entrar em contato com aquele vírus, o corpo já terá a memória de como combatê-lo e conseguirá enfrentar a ameaça de forma rápida e eficiente, impedindo que o vírus contamine o corpo.

Essa resposta é chamada de resposta imune adaptativa e ela é específica para cada vírus. “É uma resposta que demora um pouco mais, são pelo menos duas semanas até que o corpo aprenda a reconhecer e combater o vírus com a ajuda do antígeno”, explica Natália Pasternak.

Com informações do R7

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