Por Liliane Pedrosa do Jornal Meio Norte
O novo reitor da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), professor Evandro Alberto de Sousa, assume a instituição seguindo a mesma linha de atuação do seu antecessor, professor Nouga Cardoso, que agora é secretário municipal da Educação em Teresina.
Evandro Alberto é profundo conhecedor da Uespi
Apesar de manter a mesma equipe, Evandro Alberto de Sousa terá sua marca e muitos desafios pela frente, mas encontra no diálogo uma ferramenta para seguir em frente e encarar a caminhada nesse novo posto. Natural de Picos, se formou em Comunicação Social pela Universidade Federal da Paraíba, tendo se especializado em Comunicação Educacional.
Ingressou na Universidade Estadual do Piauí como professor substituto. Paralelo ao trabalho em sala de aula, trabalhou como assessor de imprensa, correspondente, até se dedicar com mais afinco à instituição, tendo inclusive, sido coordenador do curso de Comunicação Social, no Campus Prof. Barros Araújo, em Picos, em 2003, e depois nomeado diretor. Até o ano passado, Evandro Alberto era vice-reitor da Uespi. Pai de Lael (9 anos) e Láyza (15 anos), ele é casado com a enfermeira Nadjane e divide seu tempo entre a família e o trabalho, que tomou como missão. Conheça um pouco mais sobre o que pensa e o que pretende fazer pela UESPI, o seu novo reitor.
“"Se mantivermos a qualidade do ensino, com certeza, teremos bons resultados nos outros aspectos. Esse desafio é permanente, porque a UESPI não está parada e nunca vai estar""
Evandro Alberto
JMN: Que área deverá ter uma atenção maior em sua gestão?
EA: Modernização tecnológica. Vamos trabalhar para modernizar a universidade, precisamos acelerar aquele processo de integração de comunicação. Hoje nós já implantamos o Sistema Eletrônico de Informações, hoje todo documento você coloca pelo SEI e tudo tramita de uma unidade para outra, com acompanhamento. Vamos trabalhar para que possamos ter mecanismos de digitalização dos acervos para não ficarmos ocupando tanto espaço com papéis. Dotar as unidades desses instrumentos. Para que a gente possa propor esse novo cenário que é virtual. Já criamos email institucional para 23 mil alunos com armazenamento ilimitado. Os nossos professores também têm. Estamos investindo para que a nossa universidade, em todas as unidades, tenha ponto de acesso livre de internet. É todo um avanço tecnológico que precisa dinamizar. Precisamos, claro, melhorar a qualidade da internet, ampliar a interação, dotar a universidade de equipamentos. Já instalamos kits de mediação tecnológica em todas as unidades. Precisamos investir na aquisição de equipamentos. Nós vamos modernizar a nossa estrutura.
JMN: A UESPI consegue desenvolver hoje um trabalho que atenda de forma satisfatória aos campos do ensino, pesquisa e extensão? O que precisa melhorar e quais os caminhos a se percorrer para se atingir resultados?
EA: Temos hoje mais de oitocentos professores com estudantes que estão fazendo pesquisa e extensão. Se nós olharmos aqui como tem sido a escala de evolução, vamos ver que nossos professores despertaram para fazer essas pesquisas, extensão. Então, temos um grande número de pesquisa, de publicações, trabalhos de extensão, dando impacto na sociedade em várias áreas, mas é preciso que a gente também possa melhorar. E essa é a intenção, que amplie esses trabalhos e possamos ter professores direcionando suas pesquisas para dar um resultado específico para a comunidade. Às vezes, ele faz os trabalhos, se dedica a pesquisa e termina ficando nos muros da universidade. É preciso que isso tenha uma abrangência maior. Eles estão produzindo muito. Vê a quantidade de projetos excelentes. Falta melhor divulgação, encaminhamento, buscar parcerias, para que isso tenha efetividade. Temos na universidade um Núcleo de Inovação Tecnológica que vai fazer essa mediação com os projetos, empresas, buscando parcerias, criando patentes, atendendo o mercado. Temos pesquisadores da melhor qualidade possível em todas as áreas. Mas precisamos fazer o encaminhamento dessas pesquisas para que elas tenham finalidade para a sociedade. Não fique só na publicação. Elas precisam ter essa funcionalidade.
JM: O que o Corpo Docente e o Corpo Discente pode esperar do novo reitor da UESPI?
EA: Muito diálogo, dedicação. Esse foi o nosso perfil até aqui. Aqui a dedicação será total, pela via do diálogo. Vamos trabalhar valorizando as expertises dos nossos professores. Há muitos professores aqui com grande potencial. A gente precisa aproveitar isso, estabelecer bons laços. Aqui a dedicação será total, construindo pela via do diálogo. Agora que é preciso priorizar? Aquilo que de fato será feito de bom para nossa universidade. Temos que pensar nisso, pensar o que será bom para o professor. Vamos discutir, construir juntos. Não é uma administração separada dos seus públicos, construir juntos com o professor, estudando, o técnico.
JMN: Quais os maiores problemas hoje enfrentados dentro da UESPI e o que o senhor espera mudar com sua gestão?
EA: Nós temos um problema estrutural. A questão dos prédios que são antigos e precisam passar por uma reforma, que fiquem mais acolhedores e possam atender as necessidades. Por exemplo, com relação a infraestrutura de laboratórios, precisa melhorar. As demandas são sempre numa ordem crescente. Você monta um laboratório hoje de informática, daqui a pouco ele está obsoleto. Daí você precisa sempre estar modernizando, chegando com inovação tecnológica, precisando modernizar as estruturas. Outra questão é o orçamento, que você não consegue acompanhar. Você tem uma dificuldade muito grande por falta do orçamento que para manter a universidade do tamanho que ela é hoje, multicampi precisa sempre melhorar a carteira de investimentos.
JMN: De que forma o senhor poderá contribuir para tornar a UESPI uma instituição melhor?
EA: Isso faz parte do próprio conhecimento que adquirimos durante essa jornada. Em 2001, eu retorno a Picos, vindo da Paraíba. Tinha terminado Comunicação Social. Ingressei na UESPI, que estava se formando naquele momento, e propomos como professor contribuir com o projeto pedagógico do curso. Trabalhamos a montagem de laboratório e passamos a conhecer a dinâmica da universidade. Em 2003, fui nomeado coordenador do curso de Comunicação, trabalhamos cinco anos e desenvolvemos grandes projetos de extensão, aproximando a universidade da comunidade. Em seguida, passamos a ser diretor daquela unidade no Campus de Picos, em dois momentos. Passamos a sentir um pouco daquilo que era preciso propor como plano de trabalho, ações urgentes e chegamos à sede como vice-reitor eleito e assumimos em 2018. E passamos a trabalhar toda essa dinâmica de construção coletiva, buscando olhar espaços com uma visão holística. Buscando uma interação maior, pensando no crescimento da universidade, na sua melhoria, nos desafios que teria pela frente, como a modernização da universidade, os investimentos em tecnologia, ampliando a qualificação dos servidores, entre outras áreas de atuação.
JMN: Quais os maiores desafios que terá que enfrentar durante sua gestão?
EA: Manter a qualidade do ensino, pesquisa e extensão, porque esses três pilares estão juntos em uma instituição de ensino. Se mantivermos a qualidade do ensino, com certeza, teremos bons resultados nos outros aspectos. Esse desafio é permanente, porque a UESPI não está parada e nunca vai estar. Sempre teremos que investir em infraestrutura, qualificação dos nossos servidores, porque precisamos manter a qualidade do nosso ensino e, assim, cumprir com nossa função básica e primordial - a educação da nossa gente e de todos que colocaram a UESPI como opção de instituição de ensino superior para sua formação. Estamos, atualmente, com 12 campi, mais de 11 mil alunos e precisamos atender as especificidades de cada curso, de cada região. A UESPI é nossa e os frutos dela beneficiam socialmente, porque o ensino, a educação transforma a vida de forma positiva de uma pessoa; e além do social, beneficia cada cidade e todo o estado com futuros profissionais competentes. Manter a UESPI como protagonista da educação superior sempre será nosso primeiro desafio.
Jornal Meio Norte: O senhor assume o lugar ocupado pelo professor Nouga. O senhor pretende dar continuidade ao trabalho que vinha sendo desenvolvido por ele ou sua gestão terá uma outra forma de administrar?
Evandro Alberto: Nós fazemos parte da mesma gestão, fomos eleitos juntos, trabalhamos num projeto juntos, de forma que vamos dar continuidade ao trabalho que vinha sendo desenvolvido pelo professor Nouga. O que vamos propor são outras dinâmicas de trabalho, interação, mas é uma gestão continuada, tanto que mantivemos a equipe. Pensando justamente em prover ainda mais a interrelação entre os setores, entre a unidade central e as unidades na capital e fora dela. Buscando harmonizar mais ainda essas relações, estreitando essa comunicação, fazendo interfaces com essas unidades para que a gente consiga superar os desafios juntos, mantendo diálogo. Buscando cada vez mais aperfeiçoar esse contato, essa discussão, fazendo com que as nossas pró-reitorias possam interagir com as coordenações, com as direções, os estudantes, professores. Buscando um trabalho harmônico, mas é um trabalho continuado. Queremos propor uma dinâmica nova, mas é um trabalho de continuidade.
Fonte: Jornal Meio Norte