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Brasil tem quase 15 milhões de desempregados e se torna o 14º país com maior taxa de desemprego no mundo

O advogado Giovani Madeira comenta o desemprego recorde, os desafios da classe trabalhadora, empobrecimento da população e a crise política

07/05/2021 | Redação
Fila de pessoas a procura de vagas de empregos antes da pandemia / (Foto: G1 Globo - Jornal Hoje)

 

“A taxa de desemprego no Brasil alcançou 14,5% no último mês, são cerca de 14,6 milhões de homens e mulheres desempregadas(os)”, assinala os cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Considerando o resultado de fevereiro de 2021, o Brasil tem 14,6 milhões de pessoas em busca de trabalho, um aumento de 16,2% em relação a igual mês de 2020, 2 (dois) milhões de desempregados a mais em comparação ao ano passado. 

Para o advogado trabalhista e sindical, Giovani Madeira, os dados são desanimadores porque, além das consequências da pandemia, foram sancionadas diversas medidas do Governo Federal que não resultaram em benefícios aos trabalhadores:

“o que estamos presenciando é o desmonte das legislações trabalhistas e a perda de direitos fundamentais por causa da Reforma Trabalhista e Reforma Previdenciária que foram promulgadas, mas não propõem nenhum propósito de seguridade ou garantias aos trabalhadores brasileiros. O que observamos atualmente são números recordes de pessoas desempregadas, desalentadas ou com em condições indigentes, isto é, além da pobreza”, afirma.

 

O que explica o aumento do desemprego no Brasil

Entre os principais fatores que explicam a projeção de piora do desemprego no Brasil estão: o agravamento da pandemia de coronavírus, a ineficiência de vacinação da população contra a covid-19 e as incertezas na aplicação dos recursos públicos que sofreram cortes drásticos pelo Ministério da Economia no orçamento do ano de 2021. Os vetos sancionados no dia 23 de abril pelo Presidente da República reduziram as os investimentos do Ministério da Saúde em mais de R$ 2 bilhões de reais.

De acordo com o advogado, Giovani Madeira, o Brasil já estava com uma altíssima taxa de desemprego antes mesmo da chegada da pandemia e vai elevar ainda mais, pois:

“convém lembrar que o IBGE considera como desempregado apenas os trabalhadores que efetivamente procuraram emprego nos últimos 30 dias anteriores à realização da pesquisa. De acordo com o IBGE, o Brasil reúne atualmente um total de 5,9 milhões de desalentados que são brasileiros aptos para trabalharem, mas que desistiram temporariamente de procurar emprego. Infelizmente, com o valor do atual auxilio emergencial, a situação será ainda pior em comparação ao ano passado”.

O Advogado Giovani Madeira é especialista nos segmentos Trabalhista, Sindical e Direito Médico e Assessor Jurídico do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio e Serviços de Picos (SINTRACS).

 

Informalidade atinge 34 milhões

A taxa de informalidade no período ficou em 39,6% da população ocupada, ou 34 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido 39,1% e no mesmo trimestre de 2020, 40,6%.

 

Brasil é o 14º país com maior taxa de desemprego em 2021, prevê levantamento

Brasil deve ser tornar o 14º país com maior taxa de desemprego do mundo em 2021, após ficar em 22º lugar em 2020. Os dados são de um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating que usa como base as novas projeções do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) para a economia global.

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