Desde o final da tarde desta terça-feira, (13), a coleta de lixo está sendo retomada nos bairros de Picos.
A suspensão temporária do serviço ocorreu devido manifestação no aterro da comunidade Valparaíso que impediu a passagem dos caminhões coletores.
Desde o aparecimento das queimadas, os moradores da comunidade têm se manifestado contra a fumaça do lixão que tem trazido danos à saúde.
Durante a sessão ordinária ocorrida na Câmara Municipal na tarde desta terça-feira (13), o Bispo Diocesano de Picos, Dom Plínio José Luz da Silva, usou a tribuna para relatar a luta dos moradores do Valparaíso contra o lixão.
“Estamos com esse interesse de ver a situação do povo de Valparaíso, seja resolvida. Há mais de 10 anos, os moradores tem sofrido com a fumaça emitida pelo lixão. Eu já acompanho essa situação do lixão desde que cheguei aqui, há 19 anos, ainda quando era na Altamira. Nós enquanto bispos defendemos os mais pobres e o primeiro a tomar as dores da comunidade foi o Pe. Flávio, que era pároco do bairro Junco”, disse o bispo diocesano.
Dom Plínio José Luz da Silva ainda relembrou que em anos anteriores já foi realizada audiência pública e nas discussões foi assegurado que medidas de segurança iriam ser adotadas para não prejudicar os moradores. No entanto, o que foi acordado não se cumpriu.
O presidente da Câmara Municipal, Francisco das Chagas (PTB), o Chaguinha, destacou que é necessário diálogo para que se busque solucionar o problema.
“Semana passada a comunidade veio a Câmara, se manifestou, tentou fazer o uso da palavra, mas não foi possível. O bispo e os moradores vieram à Câmara também para relatar o problema, mas não são com palavras que iremos resolver, acreditamos nas discussões. Está prevista uma audiência pública para discutir o problema e encontrar alternativas, precisamos encontrar uma solução”, comentou o presidente.
Francisco das Chagas ainda reforça que o lixão se trata de uma questão ambiental complexa, onde precisa serem ouvidos os órgãos competentes e dispor de maiores recursos.
“As questões ambientais não se resolvem da noite para o dia, as questões ambientais devem ser discutidas com os organismos diretamente envolvidos, além da viabilidade dos recursos. Sabemos da realidade dos moradores que quando chega o período de muito vento a poeira é grande e cai sobre as casas. Quando chega o período quente e os resíduos queimam na parte de baixo do lixo, essa fumaça vem para a comunidade”, concluiu.
O secretário de Limpeza e Serviços Públicos de Picos, Dedé Monteiro, explicou que a pasta tem dialogado com os moradores e a empresa para que a situação possa ser resolvida.
“Estamos buscando formar uma comissão para que possamos dialogar com a comunidade. Entendemos o direito dos moradores se manifestarem e estamos querendo resolver a situação. O problema do lixão vem de várias gestões”, explicou o secretário.
Para que a coleta de lixo continue ocorrendo, os resíduos sólidos estão sendo descartados em outro local provisoriamente até que a situação seja reparada.
Fonte: Portal Cidade Verde de Picos