Na manhã desta terça-feira, 20, a Câmara de Vereadores de Picos realizou audiência pública para debater e propor soluções aos problemas provocados pelo lixão localizado no povoado Valparaíso.
Além dos vereadores, a audiência contou com a participação dos moradores do povoado Valparaíso, representantes da Prefeitura Municipal de Picos e do Ministério Público Estadual e de representantes da Igreja Católica.
Também participaram do momento os vereadores Hugo Victor, Pedro da Coca, Valdívia Santos, Antônio Moura e Marcos Buriti.
A audiência foi proposta pelo vereador Wellington Dantas. Segundo ele os moradores encontram-se revoltados e desesperados com a situação.
"Está cada vez pior a situação. De tal maneira, que fazem nove dias que homens, mulheres, idosos e crianças estão acampadas lá dia e noite. E também estão protestando e expondo suas indignações em todos os meios de comunicação porque não suportam mais viver assim. O lixão é um problema de saúde pública. É urgente. O lixão não pode mais permanecer lá. Por isso, peço ao Ministério Público que exija a desativação do local e que seja disponibilizado um novo terreno para que seja implantada o aterro sanitário, definitivamente”, disse o vereador.
Segundo a presidente da Associação de Moradores do Valparaíso, Rosilene Moura, o lixão vem causando inúmeros problemas de saúde as pessoas que residem na comunidade.
"Há praticamente 10 anos, a comunidade do povoado Valparaíso vem sofrendo pelos transtornos causados pelo lixão. As queimadas e o mau cheiro são constantes, contaminando e prejudicando a saúde dos nossos moradores. Fazem mais de 40 dias que a comunidade amanhece todos os dias sob fumaça tóxica. Estamos aqui para reivindicar nossos direitos. Não suportamos mais viver assim. Esperamos que o Prefeito Gil Paraibano sinta solidariedade, sensibilidade e compaixão de todos nós que estamos sofrendo”, disse Rosilene.
O Promotor Titular da 7ª Promotoria de Justiça do Ministério Público, Paulo Maurício Gusmão, enfatizou que o objetivo é buscar alternativas para resolver os transtornos e que o lixão se torne um aterro sanitário como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
"Esperamos que conseguimos sensibilizar a gestão da Prefeitura de Picos para resolver definitivamente esse problema do lixão. Estamos buscando conseguir regularizar a situação de Valparaíso, quer seja vendo a possibilidade de instalação em outro local para que seja feita a Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que são aterros sanitários com coleta seletiva”, frisou o promotor.
O Bispo Diocesano de Picos, Dom Plínio José da Luz Silva, destacou que a Igreja Católica também está unida em prol da luta dos moradores do Valparaíso. Segundo ele, após visitas ao local percebeu o sofrimento dos moradores.
"Eu já acompanho esse problema do lixão ainda quando era na Altamira, ali no Cristovinho. A gente vê o sofrimento do povo e sem poder fazer nada que vem sendo penalizado por uma situação muito difícil, que é a questão da fumaça, que prejudica a saúde. Essa fumaça, aos poucos, causa várias consequências como problemas respiratórios, muitas pessoas foram hospitalizadas. Grande parte dos moradores, cerca de 300 famílias, sobrevivem da apicultura e o trabalho acaba sendo prejudicado”.