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Moradores do Valparaíso realizam manifestação em frente ao Fórum de Picos

Há 26 dias, os moradores seguem acampados em frente ao lixão, localizado às margens da BR- 316, proibindo a entrada de caminhões coletores

19/10/2022 | Redação
O ato pacífico teve por objetivo chamar a atenção do Judiciário para que as ações que tramitam possam ser conduzidas de forma mais rápida / (Fotos: Paula Monize / Cidade Verde)

 

Na manhã desta terça-feira (18) moradores da comunidade Valparaíso realizaram manifestação em frente à sede do Fórum da Comarca de Picos.

O ato pacífico teve por objetivo chamar a atenção do Judiciário para que as ações que tramitam possam ser conduzidas de forma mais rápida.

 

Há 26 dias, os moradores seguem acampados em frente ao lixão, localizado às margens da BR- 316, proibindo a entrada de caminhões coletores.

Duas audiências públicas foram realizadas, na Câmara Municipal e no Ministério Público, no entanto a situação ainda não foi resolvida de forma definitiva. 

 

A presidente da Associação de Moradores do Valparaíso, Rosilene Moura, destacou que a comunidade está buscando junto á Justiça soluções para o problema do lixão. 

"A comunidade ainda está unida, continuamos acampados em frente ao lixão. O nosso intuito de estar aqui hoje no Fórum é para chamar atenção da justiça, pedimos agilidade. Já existem várias ações pedindo a interdição do lixo e percebemos que ainda está muito lento. Estamos aqui para chamar atenção da Justiça para que tenham mais agilidade, realmente assinem estas ações que temos aqui", explicou.

 

Sobre o diálogo com a Prefeitura, a presidente frisou que este não tem ocorrido de forma oficial. No entanto, o gestor municipal teria sinalizado através de terceiros que o depósito de resíduos seria suspenso do local.

"Não fomos procurados por procurador ou alguém da Prefeitura, mas nesses últimos dias o prefeito mandou recados dizendo que a gente poderia sair de lá que não iria ser mais colocado lixo. Não queremos acreditar só em palavras, mas estamos aqui pedindo justiça", pontuou.

O morador que há 48 anos reside na comunidade, José Albino, ressaltou que a fumaça do lixão tem provocado inúmeros problemas de saúde como doenças respiratórias.

"Muitas pessoas adquiriram problemas de saúde que não tinham, como problemas respiratórios, falta de ar. Sem contar que o lixo produz muita fuligem, é um material que a gente respira e altamente cancerígeno porque lá é colocado lixo hospitalar sem manta de proteção. Isso é um prejuízo tanto para o meio ambiente, como para a sociedade. Era importante que tivesse sido um estudo disso aí, que a localização fosse analisada, porque não há mais condições de receber lixo no local", enfatizou.

 

O aposentado, Francisco Sampaio, mencionou que a situação do lixão se tornou insustentável e que enquanto a situação não for resolvida, os moradores continuarão lutando.

"De uns dois meses pra cá tem levantado muita fumaça que não tem como apagar. As pessoas estão sofrendo demais com toda essa situação, é uma dificuldade total. As pessoas estão há 26 dias acampadas e enquanto não ficar resolvido continuarem, ninguém vai desistir", concluiu.

 

O Cidadeverde.com/picos buscou a Prefeitura de Picos para prestar esclarecimentos sobre o fato, mas até a publicação da matéria não obtivemos retorno. O espaço fica aberto!

 

Paula Monize

paulamonize@cidadeverde.com

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