Após novo bloqueio das verbas educacionais, os representantes da Universidade Federal do Piaui se manifestaram publicamente sobre a nova medida do Governo Federal.
O novo bloqueio retira toda a dotação orçamentária, mais de R$ 5,2 milhões, que restavam para os empenhos do encerramento do exercício de 2022.
Segundo a UFPI, o corte "torna insustentável a situação financeira da instituição, a mais grave vivenciada na história da universidade".
Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), nacionalmente, os cortes chegam a R$ 344 milhões.
Congelamentos
Este é o terceiro bloqueio de verbas nas instituições federais de ensino somente em 2022.
O primeiro aconteceu em maio, quando a UFPI sofreu um bloqueio de mais de R$ 15 milhões e o IFPI, de R$ 10 milhões.
Já em outubro, a universidade informou um corte orçamentário de R$ 5,5 milhões, enquanto o Instituto sofreu um corte de R$ 3,4 milhões.
Assista a reportagem:
NOTA DA UFPI
Nota à comunidade acadêmica
A Administração Superior da Universidade Federal do Piauí (UFPI) informa à comunidade a situação em que se encontra para operacionalizar suas ações de custeio e capital, fundamentais para o funcionamento desta IES. O novo bloqueio no orçamento da UFPI, operacionalizado nessa segunda (28/11), torna insustentável a situação financeira da Instituição, a mais grave vivenciada na história da Universidade.
O novo bloqueio retira da UFPI toda a dotação orçamentária, mais de R$ 5,2 milhões, que restavam para os empenhos do encerramento do exercício de 2022, que precisam ocorrer até a data limite de 9 de dezembro. Em função da burocracia dos trâmites, mesmo que os valores do orçamento sejam desbloqueados, a UFPI terá pouquíssimo tempo para realizar os empenhos.
A UFPI iniciou a execução orçamentária de 2022 com um orçamento de custeio de pouco mais de R$100 milhões e, em junho, após bloqueios anteriores, o valor foi reduzido para menos de R$ 95 milhões.
A redução no orçamento, no meio do ano, obrigou a UFPI a redefinir seu planejamento orçamentário, para se adequar à nova realidade. A situação tornou-se mais grave a partir da elevação das despesas após início das atividades presenciais, que ocorreu no dia 20 de junho.
Para se ter uma ideia da elevação dos custos mensais, os pagamentos de gêneros alimentícios para os restaurantes universitários passaram de aproximadamente R$ 57 mil, em 2021, para quase R$ 4,4 milhões, este ano, contabilizando só até agosto. Em relação à energia elétrica, a conta até maio ficou na faixa de R$ 600 mil reais e no mês de agosto já ultrapassou a marca de R$ 1 milhão.
Essa elevação de despesas de custeio da UFPI projetava um cenário bastante preocupante para o próximo ano, sobretudo depois da publicação da PLOA 2023, no final de agosto, que é de apenas R$ 93,8 milhões - valor insuficiente para cobrir as despesas projetadas para 2023.
No mais, o Reitor da UFPI está em permanente contato com Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) em busca de solução para o conjunto das universidades brasileiras.
Fonte: Portal G1 Piauí