O Ministério do Trabalho resgatou cinco crianças em situação de trabalho escravo neste mês de junho.
Os jovens estavam trabalhando em oficinas mecânicas, lava jatos e serralherias em Teresina, Amarante, Cocal, Picos e Parnaíba.
Os empregadores foram autuados e tiveram de pagar a rescisão de contrato de cada jovem pelo tempo que trabalhou e os outros direitos, como se houvesse um contrato regular.
Segundo a auditora do trabalho Flávia Lorena, depois do resgate os jovens tiveram um currículo preparado para serem inseridos numa empresa como aprendizes.
“Eles vão fazer uma capacitação numa entidade formadora para trabalhar a quantidade de horas suficientes para que ele seja capacitado e continue regularmente matriculado na escola”, explicou a auditora.
As fiscalizações contra o trabalho infantil foram intensificadas em junho e julho, em todo o Piauí. Os auditores buscam não só resgatar menores de 14 anos trabalhando, mas também jovens em funções perigosas, insalubres ou noturnas.
Os auditores focam em profissões em que o trabalho infantil ocorre com maior frequência, como oficinas mecânicas, lavas jato, carvoaria, serralherias, metalúrgicas, carvoarias, pedreiras, trabalho doméstico, de cuidador de crianças ou de idosos.
Em 2022, um menino de 13 anos morreu e outros dois, de 15 e 16, ficaram gravemente feridos após serem soterrados enquanto trabalhavam na extração de terra de um barreiro na cidade de Boa Hora.
“A gente tem que parar de romantizar essa questão de que criança e jovem tem que trabalhar. A responsabilidade de prover a casa é dos pais, além de que são valores ínfimos: esses jovens recebiam R$ 25 para dois, ou seja, R$ 12 por uma tarde de trabalho, para carregar um caminhão. Isso vale a pena diante de uma vida?”, comentou a auditora.
Fonte: G1 | Foto Michel Filho/Agência O Globo