Uma operação do Ministério Público do Trabalho no Piauí (MPT-PI) resgatou 42 trabalhadores em situação análoga à escravidão no estado.
Em Batalha, 13 trabalhadores foram flagrados preparando um tamanduá para alimentação.
Os trabalhadores flagrados comendo tamanduás atuavam na atividade de corte da palha de carnaúba. Todos eles eram adultos e moravam em localidades próximas à frente de trabalho.
Outros 25 trabalhadores foram resgatados na atividade de corte de palha de carnaúba em Cajueiro da Praia. Eles eram oriundos de Barroquinha, no Ceará, e foram aliciados para a atividade.
Quatro trabalhadores foram resgatados em atividade de pedreira em Piripiri. Eles eram residentes do município de Nazária.
A ação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel de Resgate de Trabalhadores foi realizada de 20 e 30 de agosto.
Com o novo resgate, o Piauí já acumula 125 trabalhadores resgatados em situação análoga à de escravidão somente em 2023.
Segundo o procurador do trabalho, José Wellington Soares, que participou da operação, em todas as frentes de trabalho a situação dos trabalhadores eram precárias.
"São situações que nos preocupam bastante. As condições de trabalho foram as piores possíveis: alojamentos completamente improvisados, em casebres no meio do mato, debaixo de árvores, alimentação preparada sem condições mínimas de higiene, trabalhadores se alimentando de caças", disse.
Durante a Operação Resgate III foram assinados seis Termos de Ajuste de Conduta e pagamentos de verbas rescisórias que totalizaram R$ 145.733, além do pagamento de R$ 71.941 de indenização por danos morais individuais e R$ 100 mil de indenizações por danos morais coletivos. Como o relatório da operação ainda não foi finalizado, ainda não houve instauração de inquérito civis, notícias de fato ou procedimentos.
O Piauí ocupa, juntamente com o Maranhão, o quarto lugar entre os Estados com o maior número de resgatados, perdendo apenas para Minas Gerais (204), Goiás (126) e São Paulo (54).
A operação é uma ação conjunta de combate ao trabalho análogo à de escravidão e foi realizada em parceria com seis órgãos: Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
Fonte: Portal G1 Piauí