Com faixas e cartazes, moradores de diversas comunidades de Picos se manifestaram contra o reordenamento escolar proposto pela Secretaria Municipal de Educação. A mobilização ocorreu durante uma audiência pública nesta sexta-feira, 07 de março, na Câmara Municipal.
Vereadora Noêmia Marques
Na oportunidade, esitveram presentes pais, alunos e lideranças comunitárias, que ressaltaram os impactos negativos da medida. Também participaram do momento a equipe da Secretaria Municipal de Educação de Picos, vereadores, representante do Ministério Público e da OAB de Picos.
Entre as frases estampadas nas faixas, destacou-se o apelo: “Educação é direito, não é mercadoria”. O sentimento de indignação também foi expresso na tribuna, onde representantes das comunidades relataram a importância das escolas para a população local.
Secretária Municipal de Educação, Meyre Dantas
“O único bem que temos na nossa comunidade é o colégio”, afirmou Marilene, moradora da localidade Carnaíbas. Em tom semelhante, representantes da comunidade Aroeiras do Matadouro ressaltou os resultados educacionais conquistados ao longo dos anos. “Da nossa escola nós temos frutos e resultados, de lá já saiu uma gama de profissionais em diversas áreas”, defenderam.
Para Rosa, representante da comunidade Valparaíso, o fechamento ou remanejamento das escolas representa uma perda irreparável para os moradores. Ela também criticou a forma como o debate tem sido conduzido pelo poder público. “Estão tratando de números, e não são números, são crianças”.
Jessica, representante da comunidade Morrinhos, destacou que a população não é só urbana, a rural deve ser vista com carinho. “A população não é composta somente pela zona urbana. Cadê o nosso prefeito, é prefeito de Picos ou de Teresina”, questionou.
O representante do bairro Pantanal, Alan Kardec, destacou que não irá se calar diante da situação.
“Estamos nessa audiência pública para discutir e ouvir as propostas, mas não vamos nos curvar diante da situação. Eu tenho uma criança de 04 anos que tem autismo, e acho um absurdo o que a Secretaria está fazendo, tirar a criança de uma localidade e colocar em outra, tendo em vista que, a criança toma medicamentos. Então, não me calarei e não vou me curvar e por isso estamos na casa do povo reivindicando os nossos direitos”, garantiu.
O diretor de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Picos, Higo Meneses, comentou sobre o reordenamento e destacou a ação como necessária. Ele destacou que além dessa audiência pública, já houveram reuniões nas comunidades.
“A audiência pública é um momento de ouvir a comunidade, lembrando que já foram realizadas reuniões nestas comunidades, onde foi explicado pela Secretaria de Educação o objetivo do reordenamento, como ele funciona, foi enviado um relatório para a Câmara, foi conversado com o Ministério Público, então todos os trâmites legais e que são pertinentes a esse tipo de mudança estão sendo cumpridos. Muitas dessas pessoas que estão aqui hoje já foram ouvidas nas comunidades, os diretores foram orientados, pois sabemos que tudo só se resolve com o diálogo, mas sabemos que o reordenamento é necessário”, garantiu.
O reordenamento escolar promovido pela Secretaria de Educação tem gerado debates acalorados, e a expectativa é que novas mobilizações aconteçam nos próximos dias. Enquanto isso, os moradores seguem cobrando um diálogo mais transparente e participativo sobre o futuro da educação em suas comunidades.
Fonte: Riachaonet