Por Maria Moura
O delegado regional da Polícia Civil de Picos, Everton Férrer, comentou a nova lei sancionada pela presidente Dilma Roussef e publicada nesta terça-feira (29) no Diário Oficial da União criando um banco de dados a partir de vestígios humanos deixados em locais de crimes. Sangue, sêmen, unhas e fios de cabelo, entre outros, coletados nestes locais servirão como fonte para um banco de DNA nacional.
O material genético de condenados por violência dolosa – quando há intenção de praticar o crime – também estará no bando de dados da perícia criminal. A novidade no Brasil já uma prática antiga em países como Estados Unidos, Canadá, França e Japão, e a partir de agora as provas colhidas poderão ser usadas por autoridades policiais e do Judiciário na investigação de crimes.
O problema para a execução da proposta de autoria do senador piauiense Ciro Nogueira (PP), no entanto, é a falta de equipamentos e pessoas qualificadas para execução da perícia criminal. – Esperamos que a lei venha com todos os instrumentos possíveis para viabilizá-la – pontua Everton Férrer.
Delegado Everton Férrer - Foto: Romário Mendes
Para o delegado, “crimes deixam de ser solucionados porque a polícia não tem um banco de dados para fazer comparações” entre o material colhido nas cenas e o de outras ações delituosas. A morte do adolescente Lucas Wilker da Silva, 20 anos, no dia 02 de janeiro de 2012, é um exemplo de crime que poderia ser solucionado com a utilização de uma perícia técnica bem equipada. No local onde o jovem foi morto, sangue, marcas digitais e outros vestígios foram encontrados. As provas permanecem arquivadas e o crime ainda é um mistério.
Para Férrer, casos como o de Lucas Wilker ganharão resolutividade com a implantação de inovações tecnológica — a modernização de técnicas de investigação da polícia facilitará a elucidação de crimes sem resposta e inquéritos parados por falta de autoria também serão beneficiados.
Três peritos criminais devem aumentar o quadro de efetivos da Polícia Civil de Picos a partir de 2013. Eles serão responsáveis por encontrar as provas técnicas ou periciais por meio por meio da análise científica de vestígios produzidos e deixados depois de um crime. Nova lei tem prazo de 180 dias para entrar em vigor.
Fonte: Riachaonet