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MEC autoriza expansão de vagas para Medicina na UFPI; Conselho desaprova

07/06/2012 |
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Dando continuidade à política de expansão de cursos e vagas no ensino superior, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a criação do curso de Medicina para o Campus de Parnaíba da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a ampliação do número de vagas para o curso no campus de Teresina. No processo seletivo de ingresso em 2012, a UFPI disponibilizou 80 vagas para o curso de Medicina que, atualmente, é oferecido apenas na capital. Com a autorização do MEC, a expectativa é que a universidade disponibilize 200 vagas para as próximas seleções de ingresso.

Segundo o reitor, professor Luiz de Sousa Santos Júnior, essa autorização é resultado do esforço de uma equipe da universidade, que elaborou a proposta de ampliação do número de vagas para o curso. “Em 2006, saímos de uma oferta de 60 vagas anuais para 80. E em 2012, o MEC autorizou a oferta de mais 40, perfazendo um total de 120 vagas para o curso de Medicina no campus Ministro Petrônio Portella, em Teresina”, afirmou o reitor.

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPEX) da UFPI aprovou em 2011 o projeto de criação de novos cursos de Medicina para os campi de Parnaíba e Picos. A proposta de interiorização foi elaborada a partir dos indicadores de profissionais médicos no Estado – 09 médicos para 1.000 habitantes. Índice muito baixo e com concentração muito forte em Teresina, apontou o Luiz Júnior. “Levamos em consideração ainda, a experiência de sucesso da expansão de nossa universidade para o interior – Parnaíba, Picos, Floriano e Bom Jesus – onde até 2006 não tínhamos nenhum professor doutor, e hoje, temos cerca de 150. São professores morando nessas regiões que ministram aulas na graduação, na pós-graduação e fazem pesquisa de qualidade. Por isso, chegamos à conclusão de que podemos levar também, para o interior do Estado, curso de Medicina com qualidade”, elencou.

A previsão é que em Teresina as novas vagas sejam disponibilizadas no processo seletivo de 2013. Para o campus de Parnaíba, ainda não há previsão de abertura do curso de Medicina. Segundo ele, é necessário ampliar a estrutura da universidade, contratar professores, construir prédios e comprar equipamentos para atender às novas necessidades. “A partir da próxima semana vamos fazer um levantamento do que é preciso para criar o curso em Parnaíba, além da ampliação das vagas em Teresina, e levar as reivindicações para o MEC”, explicou Luiz Júnior.

Hospital Universitário

Paralela à preocupação de ampliação de cursos e vagas na UFPI, Luiz Júnior comentou os esforços para a conclusão do Hospital Universitário (HU). “Nesta segunda-feira, uma equipe de profissionais da universidade, formada por dois médicos e uma enfermeira, viaja a Brasília para se reunir com os representantes da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) – empresa pública responsável pela administração do HU -, para trabalhar a abertura do hospital. A meta é preparar o edital para o concurso público para a contratação de funcionários”, adiantou o Reitor. O concurso público para o HU prevê a contratação de 1.270 profissionais de diversas áreas.

O HU conta com 10 salas para cirurgias de alta complexidade, 04 salas para pequenas cirurgias, 03 salas para cirurgias odontológicas, 19 salas para exames especializados, 12 salas para análises clínicas e patológicas, 214 leitos para internação (com capacidade para três ou cinco pacientes cada), além de 54 consultórios e 03 salas para discussão de casos, voltados à prestação de serviços médicos e ao ensino teórico/prático nas Ciências da Saúde.

Conselho Federal de Medicina condena abertura de novas vagas

O Conselho Federal de Medicina (CFM) criticou, nesta terça-feira (5), a decisão do Governo de anunciar a abertura de 2.415 novas vagas para cursos de Medicina. A entidade afirma que a decisão desconsidera a qualidade da formação dos novos profissionais, expondo a população a uma situação de risco.

Para o CFM, sucessivos estudos do próprio Ministério da Educação comprovam a baixa qualidade e capacidade das escolas existentes de formar os médicos brasileiros.

“Não há dúvida que um número importante de escolas médicas em atividade está sem condições de funcionamento. Assim, a abertura de novas escolas ou o aumento no número de vagas nas existentes? é uma atitude desprovida de conteúdo prático e de bom senso”, afirma o Conselho em nota à imprensa.

O Conselho considera que o Brasil não precisa de mais médicos. De acordo com eles, o país precisa, urgentemente, de bons médicos e de políticas públicas que estimulem sua melhor distribuição pelo território nacional.


Fonte: Assessoria de Imprensa

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