Caso Valdivia queira deixar o Palmeiras após o sequestro-relâmpago sofrido em São Paulo na última quinta-feira, o clube poderá exigir uma multa que ultrapassa R$ 100 milhões. A imprensa teve acesso ao contrato firmado entre o meia e o clube, que vale até 26 de julho de 2015.
O valor corresponde à multa rescisória para um time do exterior. Em caso de transferência a um time brasileiro, o Palmeiras pode exigir até 100 vezes o salário anual do atleta, ou seja, cerca de R$ 375 milhões.
A cláusula complica uma possível rescisão de contrato, proposta defendida pela família de Valdivia. Em entrevista a uma rádio chilena, Claudio Valdivia, irmão e conselheiro do jogador, disse que o meia e seu pai tentarão pôr fim ao vínculo com o Palmeiras. Os dirigentes não querem abrir mão do jogador.
De acordo com a legislação vigente à época da assinatura do contrato, os valores de rescisão podem ser reduzidos apenas após 26 de julho de 2012, quando o vínculo de Valdivia com o Palmeiras completa dois anos. A partir dessa data há uma diminuição de 20% do valor a cada ano.
Por ter sido assinado em 2010, o contrato de Valdivia com o Palmeiras obedece à antiga legislação, que prevê uma redução de 40% do valor da multa rescisória após o terceiro ano e de 80% após o quarto ano.
No contrato, ainda há uma multa de R$ 12,5 milhões imposta pelo Al Ahli, ex-clube de Valdivia, caso o chileno assine com outro clube do Golfo Pérsico. Essa foi a manobra feita pelo time dos Emirados Árabes para evitar que o meia acertasse com um rival após deixar o país alegando "saudades da família". Após os dois primeiros anos, essa multa passa a ser de aproximadamente R$ 6,5 milhões.
Por fim, o contrato de Valdivia prevê uma divisão dos direitos econômicos. Em uma venda, o Palmeiras lucraria 54% do total acordado, sem descontar as comissões e impostos. Outros 36% estão com o empresário e conselheiro do clube Osório Furlan Jr. O restante (10%) pertence ao jogador.
Valdivia é esperado na Academia de Futebol nesta terça-feira após passar cinco dias no Chile. Ele sofreu um sequestro-relâmpago na quinta-feira e voltou ao seu país para ficar ao lado de sua família.
Entenda o caso
O jogador e sua esposa Daniela foram rendidos na noite de quinta-feira (07) e por cerca de duas horas ficaram sob o poder de um sequestrador. As investigações iniciais davam conta que o casal foi abordado no estacionamento do Shopping West Plaza, no bairro Água Branca. Posteriormente, a polícia passou a considerar que o atleta havia sido abordado em uma locadora da região.
Depois de duas horas rodando pelas ruas de São Paulo, Valdivia e sua mulher foram deixados, com o carro, próximos a uma loja de peças automotivas na Avenida Marquês de São Vicente. O bandido fugiu de táxi e levou mil reais.
Segundo Dejair Rodrigues, delegado seccional Oeste e que comanda as investigações, policiais civis estiveram no Shopping para conseguir as imagens do circuito interno.
O Boletim de Ocorrência foi registrado pelos policiais no 7º DP, uma vez que o jogador, abalado, não quis comparecer ao distrito. Segundo a assessoria de imprensa do clube, o jogador não foi reconhecido pelo marginal. Valdivia teria se identificado apenas como Jorge, jogador do Palmeiras.
Fonte: UOL