O trabalho de apreensões feito pela Polícia Rodoviária Federal do Piauí (PRF-PI) vem rendendo resultados significativos nos últimos meses. As diversas operações que os agentes realizam atualmente diferem bastante das estratégias adotadas pela corporação há algum tempo – quando o trabalho ficava mais centrado nos postos da corporação. Com a ousadia crescente de quem usa as rodovias federais para cometer atos ilícitos, os agentes se viram obrigados a repensar suas formas de vigilância. O resultado disso é o aumento constante no número de apreensões e prisões que os policiais vêm realizando, tanto nos trechos de BR quanto nos próprios postos da PRF.
Os exemplos são muitos. Há exatamente uma semana, policiais do Posto PRF de Valença participaram de uma operação conjunta com policiais federais, na qual foram apreendidos mais de 2Kg de crack, transportados por passageiro de ônibus que faz a linha regular Petrolina/PE - Teresina/PI.
A apreensão se deu quando os policiais executavam procedimento de fiscalização rotineira no Posto de Valença, quando pararam um ônibus de transporte interestadual de passageiros. A droga foi encontrada em dois pacotes, um escondido nas costas de um passageiro e outro oculto no assento.
Dias antes, outra operação apreendeu um total de 630 frascos de perfume e 44 de desodorante ao parar um veículo no posto da PRF situado no Km 12 da rodovia BR-316, circunscrição de Teresina. A mercadoria não tinha nota fiscal.
Na quarta feira (18), os agentes realizaram a detenção de quatro caçadores em um veículo no km 207 da BR-316.
No carro, uma grande variedade de artigos de caça: quatro armas de fogo calibre 20, 60 cartuchos, mira óptica (mira laser), oito lanternas com adaptadores para armas, nove facas, roupas camufladas e mochilas com brasão do Exército Brasileiro, bala clava, soro antiofídico, essência de animal silvestre e cadeira de rapel para alcançar as árvores mais altas. Os responsáveis pelo material foram encaminhados à delegacia da cidade de Valença-PI.
De acordo com o inspetor Alexandre Cruz, da PRF-PI, essas e outras ações surgiram da nova estratégia de trabalho da corporação. “Antes, a fiscalização ficava mais fixa nos postos, e com o tempo modificamos essa realidade.
Sabemos que a ousadia de quem está cometendo atos ilícitos é muito grande. Quem está cometendo algum crime faz de tudo para não passar nos postos. Por isso, buscamos sempre manter agentes nos trechos de rodovia’, disse ele.
Hoje, os postos são utilizados como base de apoio, e muitas vezes apresentam apenas um policial, que fica responsável pela consulta aos sistemas de informação da PRF, repassando informações de acordo com a necessidade dos agentes que estão em campo. “Por esse motivo, uma pessoa pode estranhar o fato de passar por algum posto da Polícia Rodoviária e não ser parada. Acontece que, com apenas um policial no posto, fica perigoso abordar em algumas situações que podem oferecer maior perigo. Estamos buscando ampliar nossas ações, saindo dos postos e atuando diretamente nos trechos de rodovias”, explicou o inspetor.
Apesar destes resultados, o efetivo relativamente baixo e a falta de mais postos impedem que a PRF possa realizar mais operações. Atualmente, são 228 policiais rodoviários federais em todo o Estado. Destes, 70 trabalham na área administrativa da corporação, e são deslocados para as rodovias federais do Estado quando da ocorrência de operações especiais, tais como no feriado da Semana Santa, por exemplo.
São dez postos em funcionamento, principalmente na região Centro-Norte do Estado. “Com isso, perdemos um pouco de alcance no Sul do Piauí, região que vem registrando um grande número de acidentes”, afirmou o inspetor Cruz.
Falta de postos na região Sul do Estado acaba dificultando fiscalizações naquela região. Sobre isso, a PRF informou que já há pedidos da população para que novos postos sejam instalados em municípios daquela região.
Fonte: Dowglas Lima / Meio Norte