ATLÉTICO 'CAMPEÃO' DO 1º TURNO
Numa tarde em que Ronaldinho e Seedorf brilhavam, quem acabou decidindo a partida neste domingo, no Independência, em Belo Horizonte, foram dois reservas do Atlético-MG que entraram em campo no segundo tempo. Neto Berola, que não jogava há 107 dias, fez linda tabela com Carlos César, e marcou aos 43 minutos da etapa final o gol da vitória de 3 a 2 do líder do Campeonato Brasileiro - e antecipadamente campeão simbólico do primeiro turno - sobre o Botafogo. Os outros gols do time mineiro, que soma 42 pontos, foram marcados por Escudero e Jô, com Andrezinho fazendo os da equipe carioca, que está em sétimo lugar, com 27 pontos.
Esta foi a segunda vez que o Galo levou dois gols num mesmo jogo no Brasileiro (a outra foi na nona rodada, na vitória de 4 a 3 sobre o Figueirense), a primeira em casa. Na próxima rodada, o Botafogo enfrentará o Flamengo, no próximo domingo, às 16h (de Brasília), no Engenhão. O Atlético-MG faz o clássico com o Cruzeiro, no mesmo dia, às 18h30m, no Independência.
Com o estádio lotado, incendiado pela empolgação dos atleticanos, a partida começou a cem por hora, mas surpreendentemente com o time visitante mais presente no campo do ataque, rondando a área adversária. Com marcação adiantada e forte no meio do campo, o Botafogo tomava a bola e procurava sair com velocidade para o ataque, enquanto o time mineiro insistia em lançamentos altos para Jô. No espaço de dois minutos, o uruguaio Lodeiro, pela primeira vez titular na equipe do Rio, teve duas chances de marcar. No lado oposto, apenas um chute de fora da área, desferido por Leandro Donizete, nos primeiros dez minutos, levou algum perigo.
Quando Ronaldinho saiu da ponta-esquerda e buscou espaço pelo meio, o Galo criou sua primeira chance clara, aos 13, mas Bernard despediçou, porém com méritos para a boa saída de gol do goleiro adversário. O time mineiro já havia controlado o ímpeto inicial do Botafogo, mas a equipe carioca ainda possuía boas opções ofensivas, especialmente com Elkeson, que fazia boa partida. A questão era acertar a marcação na defesa.
O Galo então passou a ter presença mais constante no ataque e despediçou ótimas chances com Escudero e Junior Cesar. E num momento em que a partida estava mais presa às duas intermediárias, Jadson tirou o pão da boca de Leandro Donizete na saída de bola do Atlético-MG e deu a Andrezinho, que passou para Elkeson na direita. O camisa 9 cruzou rasteiro, de dentro da área, buscando Jadson na pequena área, Lèo Silva chegou a tirar, mas Andrezinho ficou de frente para Victor e colocou por cima do goleiro do Atlético-MG para abrir o marcador. O time da casa sentiu e o visitante passou a dominar até que numa bobeada no lado esquerdo de sua defesa cedeu o empate. A bola parou na meia-esquerda nos pés de Ronaldinho, que lançou Jô, absolutamente livre na área, o atacante dominou no peito, tentou tocar por baixo de Jefferson, mas o goleiro conseguiu impedir, porém a bola sobrou para Escudero, que tinha o gol aberto e para lá chutou: 1 a 1.
COM MUITAS VIRADAS, SANTOS BATE TIMÃO
Mais de 12 mil pessoas saíram de suas casas num início de tarde ensolarado com destino à Vila Belmiro e uma dúvida na cabeça: ver o clássico entre os úlitimos ganhadores da Libertadores, do atual tricampeão paulista contra o atual campeão nacional, ou de equipes que lutam para ficar entre os dez primeiros colocados do Campeonato Brasileiro? Sorte de quem arriscou! Santos e Corinthians fizeram um ótimo clássico. Não faltou nenhum ingrediente na vitória santista por 3 a 2.
Gols, viradas, dribles, discussões, sangue... Uma pena que a palavra "justiça" será sempre questionada graças ao bizarro erro do assistente Emerson Augusto de Carvalho, que ignorou impedimento triplo, de Bruno Rodrigo, Durval e André, no segundo gol do Santos, marcado pelo centroavante.
Em realidades distorcidas graças aos inúmeros desfalques do Santos durante o primeiro turno e o foco do Corinthians no Mundial, já que tem vaga na Libertadores de 2013 garantida e está longe do líder Atlético-MG, as equipes deixaram a sensação de que estão muito aquém do que poderiam na tabela. O time de Tite, como de costume, se destacou pela parte coletiva, foi melhor no primeiro tempo, mas sentiu os desfalques e caiu de rendimento.
Os comandados de Muricy voltaram a fazer diferença no lado individual, principalmente Neymar e Arouca, e, mais adiantados, foram melhores no segundo tempo. Os gols devolveram ao Peixe aquilo que talvez mais fosse sentido nos últimos tempos: a alegria, a leveza, uma certa irresponsabilidade traduzida em danças de Neymar e André.
Embalado pelas duas vitórias consecutivas após a volta de Neymar, o Santos terá uma semana importante. Na quarta-feira, pega a Universidad, em Santiago, na primeira partida da decisão da Recopa. No sábado, terá pela frente o Palmeiras, em outro clássico fundamental para quem ainda busca uma vaga na Libertadores do ano que vem. Já o Corinthians descansa até o próximo domingo, quando receberá o São Paulo no Pacaembu, na tentativa de manter a supremacia dos últimos anos sobre o rival.
180graus