Presa, a empresária Keila Moreno, acusada de crime de estelionato, onde teria aplicado golpe milionário em turmas de formandos no Piauí, do Ceará e do Maranhão, apesar de tentar esconder o rosto durante a sua apresentação à imprensa, na manhã desta sexta-feira (24/08) na sede da Delegacia Geral, Centro de Teresina, aceitou conceder entrevista a algumas emissoras de televisão.
Para a TV Cidade Verde ela foi questionada se está arrependida do que fez. Ela disse que não, em parte, e explicou: "Me arrependo de ter fugido da minha responsabilidade. Não pelo que eu fiz, porque só fiz porque não tinha mais jeito. Fiz o possível para evitar. Vendi todas as minhas coisas, mas infelizmente não foi possível resolver, pagar as dívidas que eu tinha na empresa. O que quero deixar bem claro é que em nenhum momento nós planejamos abrir essa empresa para dar um golpe. A Styllos Eventos tinha mais de dez anos na capital, prestando serviço".
Segundo Keila, o golpe em que é acusada só foi dado porque ela e o seu sócio Fabiano Neves, com quem nem tinha mais relacionamento quando foram presos, na noite de quarta-feira, em Goiânia (GO), não tinham mais como pagar as dívidas da empresa. "Nós até que queríamos tentar resolver. Eu vendi joias, carro e até minha casa. Mas eu me coloco no lugar dos clientes. Sei que é complicado entender, mas não tínhamos como pagar. Nossa intenção não era fugir, mas tinha um mandado de prisão e fomos orientados a não aparecer porque a mídia estava em cima. Aí decidimos ir pra Goiânia", explicou.
Keila admitiu que não tem como pagar os mais de R$ 2 milhões, segundo uma avaliação inicial feita pela Polícia Civil do Piauí, que deve às várias turmas de formandos que esperavam ter um sonho de festa de formatura, além da dívida com empresas fornecedoras, funcionários etc. "A Polícia averiguou que nós não fugimos com muito dinheiro. Nós não temos mais como pagar. Não temos dinheiro em depósito, nada. É algo que todos os empresários estão sujeitos a isso. Não é algo que não desejamos isso a ninguém, mas que pode acontecer como aconteceu comigo. Falar agora, sem ser no calor das emoções, é fácil. Mas na época, setembro de 2011, vimos que era a única solução", disse ela ao ser questionada pela TV Antena 10 sobre porque não fez como qualquer outro empresário em crise que decreta falência.
Sobre a possibilidade de ter que cumprir pena na prisão, ela dá a entender que pode sim responder em liberdade: "Não sei se terei que cumprir pena. As autoridades estão aí para julgar o que vai acontecer. Vou aguardar. Na época estava com advogados que não me orientaram bem. Estou com outro advogado que espero me ajudar melhor. Sei que não tinha direito de fazer o que fiz. Mas Não tenho palavras para minimizar a perda de quem sofreu com o caso". Keila e Fabiano vão cumprir mandado de prisão preventiva em delegacias distintas. Ela deve, segundo o delegado Ademar Canabrava, do 12º DP, que pediu a prisão dos dois desde o início do caso, há quase um ano, descer par a Penintenciária Feminina. Já ele pode ser que seja levado para a Casa de Custódia. "Agora cabe a Justiça determinar o que ocorrerá com eles. Nós vamos entregar o inquérito, que eu movi e que o delegado de Picos tratou, para a Justiça julgar".
Fonte: 180graus