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Agricultores de Picos fazem II Grito do Semiárido por conta da seca

01/11/2012 |
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Imagens: Cidadeverde


Por Bruna Coimbra e Maria Moura

 

 

Centenas de trabalhadores e trabalhadoras rurais e entidades da sociedade civil de mais de vinte municípios piauienses ocuparam uma faixa da BR-316 na manhã desta quarta-feira (31), em Picos, a 310 quilômetros de Teresina (PI). Unidos, eles ecoaram a II Marcha do Grito do Semiárido em protesto contra as ações destinadas à contenção dos efeitos da seca no estado.


Percorrendo mais de três quilômetros, os manifestantes externaram a indignação dos homens e mulheres do campo diante de sua situação do semiárido. As cobranças são as mesmas em todas as regiões do Piauí. “Gritamos por água e comida para as famílias do semiárido”, estamparam em uma faixa.


Para além de água e comida, a segunda edição do Grito do Semiárido cobra dos representantes públicos ações concretas e estruturantes. O milho subsidiado pela Conab ainda não alcança todos os produtores, os carros-pipa disponibilizados pela Defesa Civil não levam água potável à grande demanda de famílias – apenas no Piauí, já são mais de um milhão de pessoas atingidas pela seca.



“O ato de caminhar já é um ato de protesto. A marcha, então, é uma forma de mostrar que os agricultores e agricultoras estão unidos e todos partilhando da mesma situação. O drama é comum a todos independente da região onde moram”, diz o mestre de capoeira Tizil, que veio de São João do Piauí. Para ele, já é passada a hora das falas, propostas e promessas já feitas e ouvidas pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais. “O caminho agora é a ocupação de espaços públicos”, ressalta.

De acordo com dados da Defesa Civil, até o momento já são 184 os municípios em situação de emergência. As perdas provocadas pela seca já chegam a 95%, segundo informações da Federação dos Trabalhadores em Agricultura - FETAG.


Receosos pelo futuro das famílias do semiárido, os manifestantes ressaltam que é fundamental garantir a valorização da agricultura familiar e ações efetivas de convivência com o semiárido. “E quando acabar o bolsa estiagem e o carros-pipa deixarem de abastecer as casas com água?”, questiona Ricardo Araújo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Picos, que mora

na comunidade Chapada do Mocambo, área que se encontra numa situação crítica de falta d’água.


Os trabalhadores também destacaram o trabalho das organizações que lutam em favor da convivência digna com o Semiárido. “A ASA, esta sim tem nos ajudado muito através dos programas Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2)”, afirmou Valderi Carvalho, coordenador do Polo Sindical da FETAG no município de Paulistana.



Fonte: Ascom

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