Flamengo e Ronaldinho Gaúcho voltam a se encontrar nesta quinta-feira. E bem longe dos gramados, diante do juiz no tribunal. E o clima promete ser bem mais leve desta vez. Na primeira audiência para tratar sobre a polêmica saída do jogador da Gávea, as partes mudaram o discurso de guerra que tomou conta do período de pouco mais de cinco meses da separação e já estudam um acordo na Justiça nos processos movidos pelo camisa 49 do Atlético-MG.
Com um tom bem mais ameno e ciente de que as promessas de "bala de canhão" e guerra não teriam efeitos práticos nos tribunais, a diretoria rubro-negra reconhece sua dívida com o craque, mas tenta minimizar os prejuízos. Do outro lado, os advogados de Ronaldinho entendem a situação e, mesmo sem admitir abertamente, sabem que um pagamento bem abaixo dos R$ 40 milhões pedidos inicialmente pode resolver o imbróglio por falta de salários e danos morais.
Nas últimas semanas, antes do encontro no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) do Rio de Janeiro, as partes entraram em contato e chegaram a tentar um acordo, mas preferiram não acertar nada antes da audiência nesta quinta-feira.
"Já tivemos várias tentativas de acordo. Até mesmo na última semana. Mas ainda não aconteceu. Foi uma atitude até bacana do Flamengo, mas vamos esperar a audiência para formalizar. E acredito que isso [acordo] possa acontecer, sim", disse Gislaine Nunes, uma das três advogadas que defendem Ronaldinho no processo.
"A gente nunca quis guerra, e agora não vai ser diferente. O momento é outro. Vamos buscar conciliar as partes. E se o valor oferecido pelo Flamengo estiver dentro do que aceitamos, poderemos ter um acordo, numa boa. Mas só poderemos falar melhor disso amanhã [quinta]. Estamos aqui para resolver as coisas de maneira tranquila e vamos conversar isso", explicou Sérgio Queiroz, outro advogado da família Assis Moreira no caso.
Procurado para comentar o assunto e falar do posicionamento do clube no imbróglio, o vice presidente jurídico do Flamengo, Rafael De Piro, não quis se pronunciar. O UOL Esporte, no entanto, apurou que o rubro-negro irá tentar um acordo e reduzir os cerca de R$ 55 milhões totais pedidos pelo jogador.
Inicialmente, no final de maio, Ronaldinho Gaúcho entrou na Justiça cobrando R$ 40 milhões por atraso de salários e seu direito de rescindir o contrato e jogar em outro clube. Em seguida, os advogados do jogador cobraram mais R$ 15 milhões por danos morais em função de entrevistas agressivas dadas pela diretoria do Flamengo.
Nesta quinta-feira, após a primeira audiência, o martelo ainda estará longe de ser batido, até pelos trâmites burocráticos do processo. A única certeza, porém, é que as "balas de canhão" e ofensas já não farão mais parte da disputa entre Ronaldinho e Flamengo.
Fonte: UOL