Matéria / Esportes

Para garantir financiamento rápido, Corinthians teria de adotar modelo similar ao do Palmeiras

19/12/2012 |
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Jérôme Valcke brinca de defender pênalti em trave instalada nas obras do Itaquerão

Uma das opções propostas pelo Banco do Brasil para aceitar atuar como repassador no empréstimo de financiamento do BNDES para o Itaquerão é que a Odebrecht substitua o Corinthians e assuma o controle do fundo imobiliário que detém os direitos sobre o estádio. Esse modelo seria similar ao adotado pelo Palmeiras com a WTorre na construção da Arena Palestra.

Pelo acordo firmado pelo clube alviverde, é a construtora quem banca a obra de seu estádio. Assim, é também a empresa quem detém os direitos sobre a maior parte das rendas futuras da arena. O Palmeiras leva um percentual - que cresce gradualmente - dos ganhos e não tem autonomia sobre a gestão do estádio.

No caso corintiano, o clube aparece como dono do projeto do Itaquerão. Para obter dinheiro, faz financiamentos e usa a renda do estádio para pagar o dinheiro que obteve emprestado, teoricamente, com o BNDES e em outras operações particulares. É o Corinthians, portanto, quem tem o controle da gestão do estádio.

O clube é cotista júnior. Desta forma, tem direitos sobre as receitas. Mas, pelo estatuto do fundo, a prioridade é o pagamento das parcelas da dívida e, depois, a manutenção do estádio. A sobra de dinheiro que vai para o Corinthians.

Os dois modelos têm riscos e benefícios para os clubes. No caso palmeirense, é a WTorre quem assume a maior parte dos riscos já que paga pela obra. Mas também, se o estádio for extremamente bem-sucedido, será a empresa quem levará a maior parte dos ganhos, embora, óbvio, o Palmeiras também venha a ser favorecido. O clube alviverde só tem o risco de o estádio não subir, já que abriu mão do Palestra Itália.

No caso corintiano, o clube assume a maior parte dos riscos. Será a agremiação que terá de gerar receita suficiente para pagar a parcela da dívida, para bancar os custos de manutenção e também para ter uma fatia que lhe sobre para ajuda no orçamento. Isso ocorrerá por 15 anos, prazo do financiamento. A projeção do Corinthians é de que o estádio gere em torno, no mínimo, R$ 100 milhões por ano.

Não há intenção nem do clube nem da Odebrecht de mudar a estrutura atual para a construção do Itaquerão. Há a opção de escolher outro banco como repassador do dinheiro. Mas isso envolveria iniciar uma nova negociação, que pode levar até um ano e meio.

 

Fonte: UOL

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