O site Congresso em Foco citou o senador Wellington Dias (PT) como um dos oito líderes do Senado sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a denúncia, Wellington, quando governador do Estado no ano de 2009, descumpriu uma ordem judicial que ordenava a retirada imediata de famílias que viviam no entorno da barragem Algodões I, no município de Cocal da Estação.
A tragédia de Algodões deixou nove mortos e centenas de pessoas desabrigadas. Na entrevista ao referido site, o senador se defendeu afirmando que um dos principais fatores que ocasionaram a tragédia foi a forte chuva que caiu naquela região pouco antes do rompimento da barragem.
“Teve uma chuva de 145 milímetros. Para você ter uma ideia, isso equivale a, aproximadamente, 40% do que chove por mês nessa região. Essa chuva caiu em mais ou menos seis horas”, lamentou o petista, lembrando que o caso ocorreu em junho, “quando termina o inverno no Piauí”.
Segundo Wellington, alguns moradores não obedeceram o alerta de retirada. “Infelizmente, algumas pessoas não cumpriram o toque de retirada, e ficaram abrigadas em escolas. Na divisa do Piauí com o Ceará tem a Serra da Ibiapaba, e a chuva foi em cima dessa serra. A água chegou num volume muito forte. Lamentavelmente, perdemos a vida de pessoas”, acrescentou Wellington, lembrando que foi ao local horas após o rompimento. “A acusação foi de que eu seria o responsável por isso. Havia tido outras ações. Primeiro, me acusaram de que eu tinha feito a barragem. Depois, foram várias acusações”, completou o senador, para quem o promotor que ofereceu a denúncia, Maurício Gomes de Sousa, transformou o caso “num fato político”.
Wellington Dias comentou, ao final da entrevista, que não há reparo para o que aconteceu, mas que seu governo ajudou com obras. "Nada vai reparar a vida dessas pessoas, mas buscamos reconstruir casas, sistemas de energia e fornecimento de água, escolas e unidades de saúde que foram destruídos, dando atenção e protegendo as gentes que ainda hoje recebem ajuda do governo", disse.
*Com informações do Congresso em Foco