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Piauí faz esforço concentrado para que 85% dos municípios piauienses conquistem nota do Ideb estabelecida como meta pelo MEC.

O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do Piauí é de 4,4 no 5º ano do ensino fundamental e de 4% no 9º e último ano do ensino fundamental, conforme o resultado da Prova Brasil, que faz avaliação dos estudantes em novembro dos anos ímpares e é aplicada pelo MEC (Ministério da Educação).

Como a nota da prova é de zero a 10, tanto o Piauí como o Brasil, que tem uma média no Ideb de 5 no 5º ano do ensino fundamental e 4,4 no 9º ano do ensino fundamental, estão reprovados.

Para o Piauí ter uma escola de qualidade e conseguir ser efetivamente aprovado na Prova Brasil, um esforço inédito está sendo desenvolvido pelo ONG (Organização Não-Governamental) Instituto Presente (Pesquisa, Razão, Ética, Solidariedade, Estado Democrático, Natureza, Tecnologia e Educação), coordenado pelo professor, sociólogo e ex-secretário estadual de Educação Antônio José Medeiros; a Secretaria Estadual de Educação; e a Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação) com metas para que os municípios piauienses tenham um Ideb mais alto e as crianças e adolescentes saibam ler, escrever e interpretar um texto até os 8 anos de idade e os alunos do ensino fundamental desenvolvam competências e habilidades de acordo com o seu potencial e idade.

Para alterar essa realidade educacional, Antônio José Medeiros, afirma que foram propostas quatro metas para a campanha do Ideb.

A primeira meta é ampliar a taxa de participação dos municípios na Prova Brasil. Antônio José Medeiros lembra que a Prova Brasil é aplicada entre os estudantes do 5º ano do ensino fundamental e do 9º ano do ensino fundamental.

Ele diz que em 2011, 91% dos 224 municípios piauienses participaram da Prova Brasil aplicada com os alunos do 5º ano do ensino fundamental e 84,5% participaram da prova aplicada junto aos alunos do 9º ano.

Foi feita a distrição entre rede municipal de ensino e rede estadual de ensino. Da rede municipal de ensino, 91% das cidades piauienses fizeram a Prova Brasil para o 5º ano e 84,5% participaram da prova aplicada junto aos alunos do 9º anos.

Na rede estadual de ensino, 57% dos 224 municípios participaram da Prova Brasil aplicada junto aos alunos do 5º ano do ensino fundamental e 73% dos municípios participaram da prova aplicada junto aos alunos do 9º ano do ensino fundamental.

Antônio José Medeiros afirmou que a meta é aumentar para 95% dos municípios piauiense a participação das escolas das redes estadual e municipal de ensino.

“A vantagem disso é se ter a maior participação dos municípios na avaliação das escolas porque o Ideb, que tem como base a Prova Brasil, é uma avaliação externa”, falou Medeiros.

A segunda meta é a do MEC, que estabeleceu uma meta para todos os municípios até 2023.

A primeira Prova Brasil foi aplicada em 2005, depois foi aplicada em 2007, em 2009, 2011 e agora será aplicada em 2013.

Da rede municipal de ensino, 67% dos municípios piauienses cumpriram a meta do MEC no 5º ano do ensino fundamental e 61% cumpriram a meta do MEC estabelecida para o 9º ano para 2011.

Da rede estadual de ensino, 77% das escolas cumpriram a meta estabelecida para o 5º do ensino fundamental e 77% das escolas do 9º ano do ensino fundamental cumpriram a meta estabelecida pelo MEC para o 9º ano do ensino fundamental para o ano de 2011.

A meta estabelecida pela Secretaria Estadual de Educação, Undime e Instituto Presença é aumentar esse índice para 85% dos municípios piauienses cumprirem a meta estabelecida pelo MEC.

“O Estado provavelmente vai cumprir essa meta, mas os municípios estão com maior dificuldade de cumprir a meta por causa do nível das escolas”, falou Antônio José Medeiros.

A terceira meta é a de que no Piauí não tenha nenhum município do Piauí com nota menor do que três no Ideb, de uma escala de um a dez,

No Piauí, 2% dos municípios piauienses têm nota do Ideb menor do que três no 5º do ensino fundamental e 17% dos municípios do Piauí têm nota do Ideb menor do que três no 9º ano do ensino fundamental.

Na rede estadual, 11% dos municípios têm nota do Ideb menor do que três no 5º anos e 15% das municípios do Piauí têm nota do Ideb menor do que três no 9º ano do ensino fundamental.

“As metas são essas. A meta nas escolas públicas estaduais é que, no máximo, 5% delas tenham nota menor do que três no Ideb e que 95% dessas escolas tenham nota maior do que três”, assegura Antônio José Medeiros.

Taxa de reprovação das escolas piauienses têm influenciado negativamente no resultado do Ideb

Efrém Ribeiro

Da Editoria Geral

O professor Antônio José Medeiros afirma que os alunos que participam da Prova Brasil e fazem uma prova de Português e uma prova de Matemática.

A nota média da Prova Brasil é o índice médio de aprendizagem, que é multiplicada pela média de aprovação dos estudantes da escola é o resultado é o Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico.

“Se tem uma média de 5 em Português e Matemática, mas a escola teve 20% de reprovação, você multiplica por 0,8. É assim que é calculado o Ideb. É a média das provas de `Português e Matemática versus a prova de aprovação”, declarou Antônio José Medeiros.

A taxa de aprovação dos alunos das escolas piauiense tem variado de 70% a 98%, segundo o MEC.

Não existe no Piauí escolas com 100% de aprovação. A nota do Ideb é sempre menor do que o resultado das provas de Português e Matemática porque leva também em consideração o resultado do índice de aprovação dos alunos de cada escola.

O Instituto Presente está trabalhando em 2o municípios para aumentar a qualidade e os resultados do Ideb e está esperando novo contato com a Secretaria Estadual de Educação e com a Undime para trabalho conjunto em outrops municípios.

O Instituto Presente está trabalhando nos municípios de Canto do Buriti, São João do Piauí, Caracol, Jurema, Ribeira do Piauí, Capitão Gervásio Oliveira, São Francisco do Piauí, Barra da Alcântara, Campo Maior, Boqueirão do Piauí, Juazeiro do Piauí, Caxingó, Cocal, Porto, Campo Largo do Piauí, Matias Olímpio e São João do Arraial.

Antônio José Medeiros afirma que o Instituto Presente está trabalhando duas coisas – uma análise do desempenho de cada escola do município que fizeram a Prova Brasil para saber qual foi a nota de Português, qual foi a nota de Matemática, qual foi a taxa de aprovação para os especialistas da ONG orientarem cada escola onde ela está precisando interver mais, se é no 5º ano do ensino fundamental; se é no 9º ano do ensino fundamental; se é em Português; se é em Matemática; se é na questão da aprovação dos anos.

Gravidez precoce, aos 13 anos, em São Francisco do Piauí causou alta reprovação, o que influenciou na nota do Ideb

Efrém Ribeiro

Da Editoria Geral

Em São Francisco do Piauí, a escola que teve a melhor nota no Prova Brasil em Português e Matemática não foi a que teve melhor Ideb porque teve 30% de seus alunos reprovados, uma reprovação de 0,7; ao passo que as outras tiveram reprovação dos alunos em 10% e 11%.

“Essa escola tem que melhorar não apenas o ensino de Matemática e Português como tem que cuidar para reduzir a reprovação de seus alunos. É uma escola da zona rural de São Francisco do Piauí”, falou Antônio José Medeiros.

Os professores e diretora da escola da zona rural de São Francisco do Piauí explicaram que o alto índice de reprovação é puxado pelo resultado do 9º ano do ensino fundamental porque as meninas têm gravidez precoce, se casam e deixam a escola aos 13 anos idade.

Antônio José Medeiros afirmou que o Governo do Piauí e o Governo Federal desenvolvem o Programa Mais Educação, que tem o reforço escolar financiado com dinheiro do MEC.

O Instituto Presente está sugerindo que concentre o reforço escolar nos alunos do 5º ano e do 9º ano do ensino fundamental. É uma maneira de reforçar.

Além disso o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep) divulga os descritores do Ideb, que informa quais são as habilidades e competências que o aluno do 5º e do 9º ano do ensino fundamental têm que ter em Matemática e Português.

O Instituto Presente vai dar um curso para os professores de Português e Matemática, do 5º e do 9º ano do ensino fundamental, sobre os descritores do Ideb.

“Os cursos são para os professores entenderem os descritores do Ideb. Os descritores do Ideb são muito bons porque não são sobre conteúdos, têm conteúdo, mas são mais sobre habilidades em relação ao conteúdo, o aluno precisa saber interpretar. As questões da Prova Brasil são muito desse tipo e nesse curso tem uma parte, orientada pelo próprio Inep, que eles chamam de tecnologia de formulação de questões”, afirmou Antônio José Medeiros.

Os professores podem formular questões pais os alunos para saber quais são suas habilidades de raciocínio do que para a memória.

“Nós achamos que com essa orientação, com esse reforço e com a capacitação dos professores, a gente vai contribuir para um melhor desempenho desses municípios que a gente está trabalhando”, afirmou Antônio José Medeiros, adiantando que o objetivo é uma melhoria no processo da nota no Piauí e no Brasil, só que essa melhoria é lenta, de 0,2, de três décimo a cada dois anos.

“Nós queremos acelerar a nota porque a gente acha que a aluno que recebe um reforço no 5º ano do ensino fundamental, ele será um melhor aluno também no 6º ano, ele sai mais bem preparado. O que ele aprende, vai o ajudar a ter melhor desempenho nos anos ou nas etapas seguintes”, declarou Antônio José Medeiros.

Fonte: Meio Norte