/

A justiça iniciou nesta quarta-feira (15), um mutirão para reduzir o número de presos que nunca foram julgados no Piauí. O estado é campeão de presos que nunca foram ouvidos pela justiça. Muitos passam meses e até mesmo anos em uma penitenciária sem saber nem mesmo a pena pelo crime que cometeram.

De acordo com o autônomo Paulo Cesar da Costa, depois de cumprir a pena de três meses por injúria, ele continuou preso e só depois de sete meses conseguiu a liberdade. “No meu caso era só pra ter assinado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e sair no mesmo momento, mas passei quase um ano preso e o sistema prisional indicava que eu estava solto”, disse.

Para tentar resolver situações como esta, foram abertos os trabalhos de mais um mutirão carcerário no estado. No auditório do Tribunal de Justiça do Piauí, várias autoridades participaram do evento.

Segundo Luciano Losekan, juiz auxiliar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a intenção do mutirão é julgar cerca de 1968 processos de presos provisórios e também revisar 821 processos de presos definitivos. “Estamos preocupados em reverter especialmente essas situações para tentar melhorar a situação do Piauí”, afirmou.

O mutirão carcerário no estado foi determinado pelo Ministro do CNJ, depois que um relatório do conselho apontou que havia presos que estava há mais de 20 anos sem ter sido julgado. O Piauí é o estado com maior índice de presos em regime provisório no país, 70% dos cerca de 3 mil detentos estão a espera de julgamentos.

Fonte: G1 Piauí