O evento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) realizado ontem (23) no Parque de Exposições Dirceu Arcoverde foi transformado numa espécie de pré-debate eleitoral entre o senador Wellington Dias (PT) e o vice-governador Antônio José de Moraes Souza Filho (PMDB), dois dos virtuais candidatos ao Governo do Estado nas eleições de 2014. No local ocorreu o lançamento do Plano Safra Semiárido 2013/2014 e a entrega de 238 novas máquinas para municípios piauienses, compondo a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
O evento contou com a participação do ministro Pepe Vargas, do MDA. Todavia, o que mais chamou a atenção dos jornalistas, parlamentares e dezenas de prefeitos presentes foi o confronto entre as explanações de Wellington e Moraes Souza Filho. Com discursos inflamados, os dois apresentaram opiniões divergentes sobre o tratamento que a presidenta Dilma Rousseff (PT) tem oferecido aos municípios piauienses.
Tudo começou quando Arinaldo Leal (PSB), prefeito de Vila Nova do Piauí e presidente da Associação Piauiense de Municípios (APPM), criticou as constantes quedas nos repasses do Fundo de Participação  dos Municípios (FPM), bem como a demora no pagamento da primeira parcela dos R$ 3 bilhões extras prometidos desde julho pela presidenta Dilma para o custeio da educação e da saúde nas cidades brasileiras.
Arinaldo afirmou que o atraso está provocando indignação entre os gestores municipais, e arrematou: “Se nós não pudermos confiar na presidente da República, vamos confiar em quem?”.
Moraes Souza Filho aproveitou a deixa de Arinaldo para exigir uma atenção ainda maior de Dilma com o Piauí. O vice-governador ressaltou que, no Nordeste, o Estado está entre os que têm recebido menos investimentos do Governo Federal. Por isso os municípios piauienses passam por constantes dificuldades financeiras, enquanto o vizinho Estado do Ceará mantém um pungente crescimento econômico.
“Eu sei do esforço da presidenta Dilma e da bancada federal para tentar liberar uma quantidade maior de recursos para os prefeitos e para o Estado do Piauí. Mas precisamos fazer mais. Precisamos trabalhar mais e sensibilizar o Governo Federal para as nossas verdadeiras necessidades”,pondera o vice-governador.
O peemedebista também acredita que o Governo Federal poderia auxiliar melhor o Estado na execução de obras contra a estiagem, como a construção de adutoras. “Nós temos que buscar soluções mais definitivas. O que nós temos aí são vários açudes subaproveitados, que poderiam estar fornecendo água para várias regiões e ainda não estão.
O governador Wilson Martins tem feito o possível, tem feito o que o Governo do Estado pode fazer. Mas são obras que têm um custo muito alto, e se não houver uma parceira com o Governo Federal nesse sentido nós não conseguiremosrealizar”, lamenta Moraes Souza.
Repórter: Cícero Portela - Jornal O DIA