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Número de motocicletas já é maior do que o de carros no Piauí

26/08/2013 | Edivan Araújo
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Número de motocicletas já é maior do que o de carros no Piauí

No Piauí, o número de motocicletas e motonetas superou a marca de 365.455 mil e já representam 48% da frota de 760.685 veículos, a existente no Brasil.

Enquanto isso, os carros representam 30,21% da frota geral.

No Nordeste, o número de motos e motonetas superou a marca de 5 milhões, contra 4,9 milhões de carros nas ruas. O salto do número de motos é recente –elas praticamente dobraram de quantidade em apenas cinco anos. Em 2008, eram 2,6 milhões de motos e 3,3 milhões de carros, de acordo com dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

A frota de veículos do Piauí cresceu 14,22% de 2011 a 2012. Atualmente, o Estado possui um total de 760.685 veículos, sendo 347.930 em Teresina e 412.755 no interior. O maior crescimento da frota ocorreu no interior, com um aumento de 15,66%. Na capital, o crescimento foi de 12,55%. Os dados são do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PI), contabilizados até o dia 31 de dezembro de 2012.

O veículo que teve o maior crescimento em relação à quantidade em todo o Estado foi a motocicleta. Foram registradas 365.455 motos, 45.752 unidades a mais que no ano de 2011. As motos ainda representam 59,27% de toda a frota de veículos do interior, 34,71% da frota de Teresina e 48% do Piauí. Já o automóvel representa 30,21% da frota geral, 18,1% do total de veículos do interior e 44,51% da capital.

Nos últimos cinco anos, a frota do Estado cresceu 61,66%. No interior, o crescimento foi ainda maior, com 78,41%. Na capital, a frota aumentou 45,39% desde 2008.

Habilitação

O Piauí possui, hoje, 386.774 pessoas habilitadas para dirigir, 21.504 a mais do que no ano de 2011, o que representa um aumento de 5,88%. Deste total, 290.417 são do sexo masculino e 96.357 do sexo feminino.

A maioria das pessoas que possui a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Estado é do sexo masculino (75,08%) e na faixa etária de 30 a 59 anos (63,95%).

O maior número de CNHs é para a categoria B, que permite a condução de automóveis, 126.348 habilitados; seguido da categoria AB, para a condução de motocicleta e automóvel, 159.131 habilitados; seguido da categoria B, para condução de motocicleta, 126.348.

A faixa etária de 18 a 29 anos concentra 25,4% dos motoristas piauienses (98.318 habilitados), a de 30 a 59 anos, 64,2% (248.408 habilitados) e com mais de 60% são 26,40% (102.440 habilitados).

No Norte, a proporção é ainda maior: 1,6 milhão de motos contra 1,2 milhão de carros. A maior quantidade de motos na região, porém, é um fenômeno menos recente: desde 2008 isso ocorre. Para efeito de comparação, o Estado com maior frota --São Paulo-- tem uma moto para cada 3,1 carros circulando nas ruas. No país, essa média é de 2,1.

A explicação para a febre das motos nas duas regiões é econômica. O aumento real do valor do salário mínimo, as facilidades no crédito e até o Bolsa Família explicam a mudança de perfil da frota nas duas regiões mais pobres do país.

A renda média da população pobre cresceu de forma significativa nos últimos anos, e cresce mais rápido que a das classes A e B. As regiões Norte e Nordeste são basicamente dominadas por pessoas das classes C, D e E, principais públicos das motos.

Com as motos e suas facilidades, as duas regiões passaram a registrar mais mortes no trânsito. O crescimento no número de óbitos fez o assunto entrar no topo da lista de problemas de saúde pública nas duas regiões, especialmente nas emergências do interior.

Segundo dados do Datasus, do Ministério da Saúde, a região que registrou maior aumento no número de mortes foi o Nordeste. Entre 2006 e 2011, o número absoluto de óbitos saltou de 2.125 mortes para 4.035. Ou seja, por dia, 11 nordestinos morrem por dia em acidentes.

Traduzindo em dados, o crescimento foi de 89%, 30 pontos percentuais a mais que a média nacional do mesmo período, que foi de 59%.

"O número de acidentes é extremamente preocupante. Sem dúvida é uma epidemia. Da quantidade de leitos usados pelo SUS [Sistema Único de Saúde], a grande maioria é para vítimas de acidentes de moto. É um gasto enorme", disse Eloy Yanes, coordenador do Comitê para Redução de Morbimortalidade no Trânsito de Alagoas.

Além de tirar vidas, os acidentes também causam prejuízos aos cofres públicos. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Tráfico, a cada morte, cinco pacientes por acidente de moto são internados em estado grave em um hospital.

Já segundo levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), cada paciente custa, em média, R$ 152 mil aos hospitais, sobrecarregando o serviço público de saúde, especialmente nos Estados pobres.


Fonte: Meio Norte 

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