O presidente da Associação Piauiense dos Municípios (APPM), Arinaldo Leal (PSB) (foto ao lado), afirmou que pelo menos quatro prefeitos do Piauí estudam a possibilidade de renunciar seus mandatos por causa dos frequentes problemas encontrados nas prefeituras e devido a falta de investimento do Governo Federal nas pequenas cidades.
Para o presidente da APPM, que também é prefeito do município de Vila Nova do Piauí (a 364 quilômetros de Teresina), a situação dos prefeitos não está nada confortável e muitos não estão vendo soluções para suas administrações. “Com certeza muitos estão encontrando grandes problemas. Além disso, as obrigações só aumentam e não há praticamente recursos”, denuncia o gestor.
Também devido a essa dificuldade, o prefeito do município de Francinópolis (a 184 quilômetros de Teresina), Ozael Ferreira dos Santos (PSD), entregou na última sexta-feira uma carta à Câmara Municipal da cidade renunciando ao cargo. “Ele já tinha comentado que esta seria uma possibilidade. Só que além dele, mais quatro disseram que se a situação não mudar, não terão condição de permanecer a frente da prefeitura”, disse o Arinaldo Leal.
Este já é o segundo caso de renúncia somente este ano. Em março, o prefeito da cidade de Pedro II (a 195 quilômetros de Teresina), Walmir Rodrigues Café de Oliveira (PSD), renunciou o mandato. Em carta enviada à Câmara Municipal, o gestor alegou problemas pessoais e de saúde. Em seu lugar assumiu a vice- prefeita Neuma Maria Café Barroso (PT).
Segundo Arinaldo Leal, a conjuntura está cada vez mais complicada. “A situação estava muito ruim no final do ano passado e até agora não melhorou”, afirmou o prefeito de Vila Nova. De acordo com o gestor não há recursos suficientes para arcar com os compromissos, sendo que a população e nem os órgãos de controle não “querem saber” se tem dinheiro em caixa, apenas “exigem” que o serviço seja feito.
Para o prefeito, o problema aumentou no último mês, já que durante a “Marcha dos Prefeitos”, realizada em junho, o Governo Federal prometeu aos municípios que faria um repasse emergencial dividido em duas parcelas. Segundo o gestor, a primeira seria paga até o dia 15 de agosto e a segunda em abril do próximo ano. “Já estamos no início de setembro e nada do recurso”, lembra o prefeito.
Ainda de acordo com o chefe do executivo municipal, cerca de 165 municípios devem receber R$ 107 mil. “O dinheiro é pouco, mas tudo que é prometido há uma programação. Os prefeitos se programaram baseado nesse dinheiro e até agora nada”, disse o prefeito. No último sábado, o senador Wellington Dias (PT) afirmou que o recurso extra do Fundo de Participação dos Municípios será liberada junto com a parcela do dia 10 de setembro.
Fonte: Portal Az