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Ipea diz que Estatuto do Desarmamento reduziu a taxa de homicídios em 12,6%

06/09/2013 | Edivan Araújo
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Dez anos depois de virar lei, o Estatuto do Desarmamento provocou queda de 12,6% na taxa de homicídios do país, segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Os resultados do estatuto foram debatidos nesta quinta-feira (5) na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara. A redução de mortes violentas, no entanto, foi questionada pelo presidente do Movimento Viva Brasil, Bené Barbosa.

De acordo com o diretor de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia do Ipea, Daniel Cerqueira, há uma "relação de causalidade" entre a redução do número de armas com a queda dos homicídios. "Onde se tem uma maior difusão de armas de fogo aumenta a taxa de homicídios em 1% ou 2%", disse.
06.mai.2011 O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo participou do lançamento da campanha nacional do desarmamento, no Rio de Janeiro. Pais de vítimas da tragédia ocorrida na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, acompanharam a solenidade Leia mais Júlio César Guimarães/UOL
Pelo estudo do Ipea, frisou Cerqueira, não há como relacionar, contudo, a redução dos crimes contra o patrimônio com o aumento do número de armas de fogo pelos cidadãos. "Ou seja, é uma lenda aquela história de que o pai de família armado vai dissuadir o criminoso de perpetrar os seus crimes. Isso, do ponto de vista empírico, não acontece no Brasil".

O presidente do Movimento Viva Brasil, Bené Barbosa, disse que a política de desarmamento é mais "ideológica do que técnica". Ele questionou o estudo do Ipea e afirmou não ser possível estabelecer uma relação entre o número de armas de fogo e os índices de homicídios. "Arma não comete crime. Quem comete crime é o ser humano", disse.

"A história de que a arma roubada do cidadão vai parar na mão do criminoso é uma prova disso. Se tenho um celular roubado, e ele vai para dentro de uma penitenciária, e ele é usado para um sequestro, a culpa é minha? Precisamos definir quem é vítima de verdade", argumentou Barbosa.

Fonte: Uol

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