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Motocicletas crescem 21,50% em cinco anos e já são mais que o dobro nos carros

25/10/2013 | Edivan Araújo
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Motocicletas crescem 21,50% em cinco anos e já são mais que o dobro nos carros

A posse de motocicletas aumentou 21,50% entre o período de 2008 a 2012 e já representam 47,8% dos veículos do Piauí, mais do que o dobro dos carros, que representam 18,3%, informou na quinta-feira o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisa, 45,2% dos transportes do Piauí são privados, que aumentaram 20% entre 2008 a 2012.

Apesar de ter melhorado a renda e aumentado a posse de veículos automotores, a população pobre ainda enfrenta os maiores problemas de mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras. Entre as pessoas com renda per capita de meio a um salário mínimo, 17% passam mais de uma hora no deslocamento casa/trabalho. Essa proporção é seis pontos percentuais superior à registrada nas famílias mais ricas (acima de cinco salários mínimos).

Os extremamente pobres (renda de até um quarto do salário mínimo), por outro lado, passam, em média, tempo menor presos em engarrafamentos (58% gastam menos de 30 minutos). Essa situação, porém, reflete a falta de condições de mobilidade desse estrato da população, que se vê obrigado a trabalhar em locais próximos de casa por não poder pagar os custos do transporte público.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2012 sobre os deslocamentos casa/trabalho, assim como sobre a posse de veículos automotores e o acesso à política de auxílio-transporte, foram apresentados pelo Ipea na divulgação do Comunicado nº 161 – Indicadores de Mobilidade Urbana da PNAD.

O texto do Comunicado afirma que “o padrão de mobilidade urbana no Brasil vem se alterando nos últimos anos com o aumento acelerado da taxa de motorização da população, o que significa mais acidentes de trânsito, maior poluição veicular e perda de tempo em função dos congestionamentos nos centros urbanos”.

Entre 2008 e 2012, a proporção de domicílios com algum tipo de veículo privado saltou oito pontos percentuais. Atualmente 54% dos lares brasileiros tem na garagem um carro e/ou moto. Como resultado do maior número de veículos nas ruas, o tempo médio gasto para chegar ao trabalho pelos habitantes das regiões metropolitanas atingiu 40,8 minutos - a média, no Brasil, é 10,2 minutos.

As capitais do Norte e Nordeste tiveram as pioras mais significativas nas condições de tráfego. Belém, Salvador e Recife apresentaram, entre 1992 e 2012, taxas de crescimento do tempo de viagem de 35%, 27,1% e 17,8%, respectivamente.

Outra constatação do estudo do Ipea foi a ineficácia das políticas de auxílio-transporte para as camadas pobres. De acordo com a PNAD, apenas 11% das pessoas extremante pobres recebem vale-transporte. “As classes baixas têm os maiores percentuais de informalidade no trabalho, de forma que a política do vale-transporte não atinge justamente quem mais precisa”, ressalta o texto.

O Comunicado conclui ser inevitável a tendência de aumento na taxa de motorização da população, especialmente com a contínua melhora na renda dos trabalhadores, o que gerará impactos sobre as condições de mobilidade e exigirá investimentos vultosos por parte dos governos em melhoria da infraestrutura de mobilidade nas próximas décadas.

Fonte: Meio Norte

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