O discurso de moralidade e transparência propagado pelo presidente da Câmara Municipal de Picos, Hugo Victor Saunders Martins (PMDB), parece não condizer com a realidade. Segundo a vereadora Fátima Sá (PSDB), ele estaria usando dois pesos e duas medidas no pagamento do salário dos chefes de gabinetes parlamentares.

De acordo com a folha de pagamento, um chefe de gabinete parlamentar que presta serviço a um vereador da bancada da oposição recebe mensalmente a quantia de mil reais. Já os que ocupam o mesmo cargo, só que no gabinete dos parlamentares da situação, ganham por mês 2 mil e 100 reais.

Para justificar a discriminação o presidente da Câmara Municipal de Picos, Hugo Victor, mandou adicionar aos vencimentos dos chefes de gabinete dos vereadores da situação uma gratificação mensal no valor de mil e 100 reais. Com mais o salário base de mil reais cada um dos que prestam serviço aos parlamentares governista recebe bruto mensalmente 2 mil e 100 reais.
No entanto, os prestadores de serviço que exercem o mesmo cargo nos gabinetes dos vereadores da bancada de oposição recebem apenas o salário base de mil reais por mês. Com o desconto previdenciário de 80 reais recebem um total de 920 reais. Já os servidores lotados nos gabinetes dos parlamentares da bancada da situação têm um desconto mensal de R$ 242,86 e recebem líquido por mês R$ 1.857,14. Segundo a vereadora Fátima Sá (PSDB) a denúncia procede. “Nós já pegamos as folhas de pagamento e estamos estudando. A prestação de contas é uma aberração. O mesmo assessor de um vereador da situação recebe muito mais do que um da oposição. Não deveria existir isso”, condenou.  Confirmado
Questionado sobre a veracidade da denúncia o presidente da Câmara Municipal de Picos, Hugo Victor (PMDB), confirmou tudo. “Pode pegar os balancetes e comprovar. Quem votou em mim, quem faz parte da administração, tem um tratamento diferenciado. Isso não é de hoje, não foi o vereador Hugo Victor quem inventou”, esquivou-se. 

De acordo com o parlamentar, quando o vereador Chico de Chicá (PMDB) era presidente da Câmara de Picos, ele (Hugo Victor) tinha uma participação maior. Quando Iata Rodrigues (PSB) assumiu o comando da Casa perdeu aquela participação maior que ele tinha.

“Então, quem vota no presidente tem uma participação maior. Isso é natural! É a mesma coisa de quem votou no prefeito Kléber. Quem votou nele está tendo participação, quem não votou não vai ter participação. Isso é natural de gestão! Isso aí para mim não vejo mal. Não escondi de ninguém, está nos balancetes, no Portal da Transparência. Se ela quiser denunciar, fique à vontade, não me preocupo”, declarou Hugo Victor concordando que a medida adotada por ele não é regimental.

POR JOSÉ MARIA BARROS, DO GP1