Matéria / Geral

Corrupção causa a demissão de 4.300 servidores públicos federais

26/12/2013 | Edivan Araújo
/

O secretário de Transparência e Prevenção contra a Corrupção da Controladoria Geral da União (CGU), o piauiense Sérgio Nogueira Seabra, afirmou que já foram demitidos 4.300 servidores públicos federais por corrupção entre o período de 2003 a 2013.

“Isso sem contar com as advertências e as suspensões”, acrescentou Sérgio Nogueira Seabra.

Seabra fala que quem é acusado de crime de colarinho branco e tem dinheiro para pagar um bom advogado só é preso se quiser porque o processo na Justiça pode ser arrastar por 20 anos até que prescreva, a não ser que tenha o azar de ter foro privilegiado porque vai para o Supremo Tribunal Federal (STF), que julga rápido, como aconteceu no caso da Ação Penal 470, a do mensalão.

Ele disse que é comum dos vizinhos de servidores públicos federais compararem os salários dos funcionários, veiculados no Portal da Transparência do Governo Federal, com o padrão de vida mais elevado do que seus rendimentos e denunciarem.

“Nós temos recebido denúncias de que o servidor público de tal órgão ganha tanto, mas tem uma Ferrari na porta da casa dele. A gente faz a auditoria patrimonial, se teve enriquecimento ilícito”, falou Sérgio Seabra.

Conforme Sérgio Nogueira Seabra, para a prevenção contra a corrupção a estratégia tem que atuar em três frentes, tem que atuar na questão da ética da sociedade, onde entra a questão educacional, de embutir valores nas novas gerações que vão ser os futuros empresários e governantes; mudar certas percepções que tem na sociedade, cuja leitura pode levar a expectativas que geram corrupção como a de que no ato corrupto que eu fizer não vai ser descoberto; ou que a expectativa de que mesmo descoberto não vai ser punido.

“Se você mistura esses três ingredientes você tem uma sociedade , cujos princípios éticos não são bem trabalhados, e essa percepção forte que o corrupto faz da situação que ele estar de não ser descoberto ou se descoberto não vai ser punido fazem com que a corrupção aumente”, falou Sérgio Nogueira Seabra.

Sérgio Seabra afirmou que os gestores são responsáveis pelos controles primários. Controles que devem ser exercidos pelos próprios gestores.

“O gestor é o primeiro responsável pelos controles. O gestor faz o controle primário. É que tem que ir lá ver se as coisas estão ocorrendo bem, se as coisas estão acontecendo como previsto. Não basta ele passar dinheiro, fechar os olhos e os responsáveis verificarem. Ele é o responsável primário por isso e tem que verificar os mecanismos de controle internos para evitar que aquilo aconteça uma gestão de risco, saber quais as áreas de risco e atuar em cima disso, ter um bom sistema de licitações, conhecer bem o sistema licitatório, os parceiros e é importante a formação de carreiras sólidas dentro dos órgãos públicos. É preciso criar instituições mais sólidas, mais perenes com corpo técnico de carreira e bem remunerada”, declarou Sérgio Seabra.

Ele informa que os casos mais frequentes de corrupção ocorrem em contratos com o setor público; no relacionamento entre o setor público e o setor privado; nos direcionamentos de licitações; e jogo de planilhas de custos.

“A gente percebe que a corrupção está deixando mais a parte formal da licitação para entrar na execução. Durante a execução de uma obra é que se verifica uma tendência de crescimento de execução em relação à relação de edital, na fase de edital. Às vezes, o edital está lá correto, mas os preços estão bons, mas a corrupção acontece na execução das obras, com a diminuição do material, menor qualidade do material, jogo de planilhas, material não é entregue, mas é atestado que foi entregue. É muito perigoso e é mais difícil de se verificar porque precisa de uma equipe de engenheiros para verificar”, afirmou.

Fonte:meio Norte

Facebook