Matéria / Polícia

Caso Fernanda Lages; Psiquiatra confirma suicídio de Fernanda após autópsia

17/02/2014 | Edivan Araujo
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A psiquiatra Maria da Conceição Krause do Distrito Federal está apresentando neste momento o resultado da autopsia psicológica da estudante Fernanda Lages, que morreu no dia 25 de agosto de 2011.

Ela narrou todos os últimos meses de vida da Fernanda, através das 27 pessoas que foram entrevistadas, entre amigos, testemunhas e familiares, sendo que sete pessoas passaram por um teste de credibilidade para verificar se as declarações eram verídicas. Após explanação do trabalho realizado, a especialista concluiu que a estudante Fernanda Lages cometeu suicídio, por apresentar um quadro de transtorno bipolar, transtornos mentais e comportamentais decorrente do uso de álcool.

“O quadro que a Fernanda apresentava nos últimos seis meses antes da morte. Houve um declínio do seu humor, a partir do namoro, mas o divisor de águas foi quando ela quis sair da casa da tia para morar com amigos. Houve exacerbação do libido, aumento do fluxo de ideias, uma elevação na variação do humor e de comportamentos autodestrutivos diretos”, destacou a psiquiatra.

Ela citou como exemplo o fato de Fernanda sair para beber praticamente todos os dias, um grande consumo de álcool, relacionamentos amorosos com vários homens e muitos deles desconhecidos, e relação com amigos que tinham envolvimento com drogas e com a polícia.

A explanação

Krause conta o relato de duas testemunhas que disseram ter visto Fernanda em frente ao prédio do Ministério Público Federal horas antes dela ter sido encontrada morta. A especialista disse que uma das testemunhas não teve credibilidade e o relato não condizia com a realidade, que foi comprovada através de comparações entre as declarações e o tempo.

Ela também desconsiderou a história das testemunhas que viram Fernanda na frente do MPF, porque encontrou contradições na fala deles.

Álcool

A especialista confirmou que Fernanda estava alcoolizada e que isso causou uma instabilidade e prejuízo de julgamento, comprometeu a percepção de memória, prejudicou o equilíbrio e alterou o humor que ficou instável.

“A Fernanda tinha tolerância ao álcool e pode não ter tido problemas físicos, mas estava com os fatores psicológicos alterados”, afirmou Maria da Conceição.

Histórico escolar

Os peritos fizeram uma análise do histórico escolar desde a infância até a faculdade de Direito que estava cursando.  Segundo as avaliações, no semestre anterior à sua morte, Fernanda começou a chegar tarde e sair cedo, ela havia pego seis disciplinas, sendo que três reprovou por falta e em duas por nota, passando somente em uma.

Vida noturna agitada

A especialista explicou que Fernanda mudou seu humor e atitudes em seis meses, após perder a virgindade por volta do dia 24 de outubro de 2010. Fernanda teria passado de uma pessoa, calma e caseira para uma jovem que tinha uma vida noturna muito agitada e bebia muito. Krause disse ainda que dois dias antes da morte, ela estava depressiva.

A especialista elogiou o trabalho das Polícias Civil e Federal.

Fonte: Portal Cidade Verde

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