Leila Diniz (1945-1972) quebrou tabus de uma época em que a repressão dominava o Brasil, escandalizou ao exibir a sua gravidez de biquíni na praia e chocou o país inteiro com suas declarações. Considerada uma mulher à frente de seu tempo, ousada e que detestava convenções, até hoje seus ideais e postura inspiram muitas mulheres. Uma delas é a cineasta Ana Paula Nogueira, de 34 anos, mais conhecida como a musa do “toplessaço”.
Após ser a primeira a tirar o biquíni durante o movimento, em janeiro deste ano, a carioca foi comparada por alguns como a nova "Leila Diniz". “Gostaria de ser porque sou fã dela. Mas ela era muito mais moderna do que eu, falava o que pensava, fazia o que queria e não tinha medo. E ela pegou uma época mais barra pesada que eu. Levava muita porrada”, diz Ana Paula.
Durante ensaio para o Paparazzo, a cineasta lembrou de uma entrevista que Leila deu para o jornal "O Pasquim", na qual dizia que uma mulher podia amar um homem e sair com outro. “Acredito plenamente nisso. Não sou a favor da traição, mas acontece. Sou romântica, mas não vou ser hipócrita de dizer que nunca saí com alguém quando estava amando outro”.
Mesmo com a postura liberal, a musa do "toplessaço" diz que nem tudo é assim em sua vida pessoal. “As pessoas se enganam muito comigo. Lido bem com a nudez, mas não quer dizer que sou fácil. Mas entre quatro paredes acho que vale tudo”.
Para ela, a preliminar é algo fundamental para o sexo. Por isso, gosta de criar um clima e escolher uma lingerie especial para a hora "H". “Gosto de demorar. Gosto de escolher a música, o cheiro, a luz de vela...”, conta ela, que também já criou personagens para satisfazer o fetiche de um ex-namorado. “Ele era obcecado por loiras. Então, comprei uma peruca e uma roupa de oncinha. Ele adorou”.
A musa do “toplessaço” confessou ainda que é viciada em sex shop. “Tenho uma personal sex shopper (risos). As pessoas têm preconceito, mas eu adoro! Gosto de comprar creminhos, loções e camisinhas diferentes".
Ana – que está solteira - diz que o mais difícil de um relacionamento é quebrar a rotina. Mas que transar em lugares diferentes é uma excelente opção. “Já rolou em uma laje na favela, no pedalinho da Lagoa (Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio), na praia... Sempre se dá um jeitinho. Gosto desta espontaneidade”.
Propostas indecentes
Antes de trabalhar com cinema, Ana Paula foi jornalista de economia. Ela conta que já recebeu algumas propostas indecentes de figurões do mercado financeiro. “Tinha pouca mulher cobrindo essa área e eles estão acostumados a tudo fácil, né? Posso dizer que boa parte da lista de milionários da época me fez propostas indecentes”, conta. "Mas para ter uma relação sexual tem de sentir algo. Tem a questão de pele. Para mim, sexo está ligado a sentimento. Sou chata com isso. Mas não julgo".
E se o sexo é ligado a sentimento, também não tem a ver com a sexualidade da pessoa. Ana diz que nunca ficou com mulher, mas que não descarta. “Nunca rolou, mas me relacionaria numa boa. Não gosto de rótulos nem me apaixono por sexo ou por cargo. Me apaixono por pessoas. Por acaso, até o momento foram homens. Mulher, hoje, tem até mais pegada. Por isso que eu falo que a chance de eu me apaixonar por uma mulher é bem grande”.
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