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Apenas 14% dos imigrantes retornam às regiões metropolitanas

16/07/2011 |
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Apenas 14% dos imigrantes retornam às regiões metropolitanas

Nos últimos cinco anos, caiu pela metade o número de piauienses que retornam a outras regiões do país, após voltarem para a terra natal. Apenas 14% dos imigrantes piauienses voltaram às regiões metropolitanas no ano de 2009. Em 2004 esse percentual era de 21,83%, conforme pesquisadivulgada nesta sexta-feira, dia 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Piauí, 119.646 pessoas retornaram ao sul e sudeste do país em 2004, enquanto no ano de 2009 apenas 74.798 pessoas voltaram ao sul e sudeste. De acordo com o supervisor de informações do IBGE no Piauí, Pedro Soares, os principais fatores para a diminuição no número de migrantes são a saturação das metrópoles e a melhor distribuição da oferta de emprego.

"A principal motivação para a migração é a busca por trabalho. Qualidade de vida e menos violência podem ser complementares. Dos anos 80 para cá, houve desconcentração da atividade econômica. O Nordeste passou a segurar população e atrair a migração de retorno. Pode-se dizer que o país hoje se desenvolve em quase todas as áreas. Com essa mudança no modelo de desenvolvimento, os imigrantes tendem a diminuir", analisa.

O IBGE destaca a queda no deslocamento da população entre as regiões do país. Em 2000, 3,36 milhões de pessoas viviam em regiões diferentes daquela de origem. Em 2004, esse número caiu para 2,86 milhões e chegou a 2,05 milhões em 2009.

Mesmo com a queda na migração, ainda é grande o número de piauienses que saem do Estado em busca de melhores condições de vida. Os dados do IBGE mostram que no ano 2004, 113.952 pessoas buscaram vida melhor em outra região, enquanto o mesmo aconteceu com 104.822 pessoas em 2009, queda de 25%. Goiás apareceu como um importante receptor
de migrantes vindos de estados mais distantes, como Tocantins, Maranhão, Pará, Piauí, além da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e o Distrito Federal.

Para Darcila Antoniolli, coordenadora da Pastoral do Migrante no Estado, a situação de pobreza da população piauiense é a principal explicação para a saída constante de pessoas para outras regiões do país. "Especialmente os trabalhadores rurais que sofrem com a migração forçada por conta da expansão do agronegócio que mantém uma estrutura excludente. E isso força as pessoas saírem de sua terra natal em busca de melhores condições de vida", completou.

No Nordeste, 934.589 pessoas buscaram vida melhor em outra região em 2004, enquanto o mesmo aconteceu com 729.602 pessoas em 2009, queda de 22%. Mesmo assim, mais gente sai do que chega. No mesmo período, o "saldo migratório" da região ficou negativo em 187.869 pessoas, seguido pelo Norte (-35.159) e Sudeste (-12.415).

As únicas regiões que receberam mais gente do que perderam foram o Sul e o Centro-Oeste. O primeiro registrou aumento de 98.853 pessoas em 2009, enquanto o segundo viu seu saldo ficar positivo em 136.590 pessoas.

A publicação tem como base o Censo 2000 e as Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) de 2004 e 2009. O
IBGE pergunta aos entrevistados onde moravam cinco anos antes da data da pesquisa. A pesquisa apontou a existência de 5,1 milhões de migrantes no país. Estimativas com base na Pnad 2004 indicam 4,63 milhões de migrantes naquele ano. Em 2009, o número caiu para 3,24 milhões.

  • Fonte: Jornal O DIA

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