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Piauí tem 325 crianças em abrigos, mas apenas duas estão para adoção

As crianças estão nos abrigos, pois não podem permanecer com a família. São crianças filhas de pais com pendências judiciais, alcoólatras e outros.

10/09/2014 | Edivan Araujo
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O Conselho Nacional de Justiça divulgou os dados do Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas do País. No Piauí, das 325 crianças que estão em abrigos, apenas duas estão para adoção. A discrepância se dá em grande parte porque as crianças estão em situação de vulnerabilidade social e não podem permanecer com a família. São crianças filhas de pais com pendências judiciais, alcoólatras, usuários de drogas, ou mesmo de família que não tem como prover o lar, seja por desemprego ou falta de moradia.
Segundo Maria Luísa, juíza da Vara da Infância e Juventude, a criança só passa a integrar a lista do cadastro de adoção após a destituição do poder familiar. “Hoje, temos em Teresina seis abrigos e o local não é o ideal para as crianças, mas como as famílias se encontram em situação de vulnerabilidade social os filhos terminam ficando nos abrigos, mas não são disponibilizadas para adoção”, explica a juíza.
Por outro lado, o Piauí tem uma grande quantidade de casais em busca de crianças para adoção e a principal reclamação deles é a grande burocracia no processo. “É verdade que temos um grande número de pretendentes a adoção e agora no dia 24 vamos ter um curso para orientar essas famílias na hora da adoção. A dificuldade que existe são as regras impostas por lei para que essas crianças tenham um bom lar. Na adoção a demora é de até seis meses a um ano, pois tudo tem que ser avaliado”, relatou.
A permanência máxima das crianças nos abrigos é de dois anos e eles só permanecem no local caso não seja encontrado um lar. Os abrigos de Teresina já não têm mais condições de receber crianças, quase todos já estão lotados. “Temos seis abrigos e já não temos mais vagas, estão todos lotados. Um dos abrigos está passando por uma reforma, pois o teto do berçário desabou e as crianças estão de forma improvisada no auditório do local, mas logo essa situação vai ser modificada, já estamos na reforma de um novo local”, disse a juíza Maria Luísa.


Fonte: G1 Piauí

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