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Piauí é um dos únicos estados sem assistência às vitimas de violência

Apesar do número alarmante de crimes, estado não oferece assistência às vitimas

09/03/2015 | Edivan Araujo
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Apesar dos números alarmantes de violência no Piauí, o Governo não possui nenhum serviço de assistência efetivo para apoio às vítimas. São famílias inteiras que são devastadas pela onda de crimes que acontecem diariamente, mas nestes momentos difíceis, não sabem quem procurar para terem o mínimo de esclarecimentos sobre como devem agir e procurarem os seus direitos.

São mães de família que perdem seus esposos e entram em extrema dificuldade financeira e filhos que vão guardar para vida toda os traumas causados pela violência, mas que não encontram no Estado o apoio mínimo para continuarem suas vidas e em muitos casos, estas crianças também entram para o mundo do crime.

O mesmo Estado que se nega a oferecer segurança como devia, é o mesmo que se omite a oferecer assistência para quem mais precisa, num dos momentos mais delicados.

Um exemplo mais recente aconteceu com a jovem Ariane, que foi assassinada no dia 26 de janeiro quando ia para um treinamento de emprego. Ela cuidava sozinha do filho de cinco anos, que agora está sob guarda da família. Sem a mãe, que buscava de tudo para mantê-lo, a criança levará para o resto da vida a mágoa da ausência materna. São feridas que nunca serão fechadas, mas que o devido apoio resguardariam esta criança de complicações no futuro.

Muitos estados do Brasil já contam com órgãos e programas que oferecem assistência social, psicológica e jurídica para as famílias afetadas pela violência. Mas até agora no Piauí, a classe política está mais preocupada com o seus cargos.

O EXEMPLO DE BRASÍLIA
Criado há mais de cinco anos, o Núcleo de Assistência Jurídica de Proteção às Vítimas de Violência, Pró-Vítima, da Defensoria Pública do Distrito Federal , tem prestado atendimento jurídico e psicossocial às pessoas vítimas de algum tipo de violência, e que tenham sofrido algum abalo psicológico.

O programa conta com a ajuda da Polícia Civil em tempo real, que repassa as ocorrências de violência assim que são registradas, o que facilita a identificação das vítimas e suas reais necessidades e direitos.

Lá o serviço tem sido bastante procurado pela população e no atendimento domiciliar, profissionais, estagiários, psicólogos e assistentes sociais fazem o acompanhamento junto com o defensor, caso seja necessário.

Os casos que o programa mais atende são referentes a famílias que tiverem seus membros assassinados, além disso há casos de violência sexual, domésticas e até acidentes de trânsito.

PIAUÍ PRECISA URGENTE
Quase todos estados do Brasil possuem algum tipo de programa ou órgão para este tipo de assistência, onde não só às vítimas vão atras de ajuda, mas as famílias é que são procuradas.

Já passou da hora do estado contar com um programa como este que oferece apoio necessário às famílias vítimas. Num momento em que se pensa tanto no bem estar dos criminosos, com a estruturação de unidades penitenciárias, o esforço de amenizar a dor das vítimas também deveria ser proporcional.

Fonte: 180graus

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