A Polícia Federal (PF) deflagrou a 15ª fase da Operação Lava Jato na manhã desta quinta-feira (2) no Rio de Janeiro e em Niterói. Foi preso o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada.
Ao todo, a PF cumpriu cinco mandados judiciais, sendo quatro de busca e apreensão e um de prisão preventiva (sem prazo). O foco desta fase, que foi batizada de Conexão Mônaco, é o recebimento de vantagens ilícitas na diretoria da Petrobras. Os crimes investigados são corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas (envio ilegal de recursos ao exterior) e lavagem de dinheiro, segundo a PF.Â
O ex-diretor da Petrobras foi detido no Rio de Janeiro, em casa, e será encaminhado para a carceragem da PF em Curitiba ainda nesta quinta-feira, de acordo com a polícia. Zelada foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores do caso, como beneficiário do esquema de corrupção na estatal.Â
Outro delator, Pedro Barusco, o ex-gerente de Serviços da Petrobras, também mencionou Zelada ao explicitar a mediação de Renato Duque, que atuava na diretoria de Serviços, no esquema de pagamento de propina. Duque está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e Costa cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro. Zelada foi o sucessor de Nestor Cerveró e atuou na área Internacional da Petrobras entre 2008 e 2012.
Acusado de receber propina, Cerveró também está preso no Complexo Médico-Penal. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Jorge Zelada teve 10 milhões de euros bloqueados por autoridades do Principado de Mônaco. A defesa do ex-diretor já havia negado que ele mantenha ou tenha mantido conta no exterior. O G1 tentou contato o advogado nesta manhã, mas até a última publicação deste texto não obteve resposta.Â
14ª faseÂ
A 14ª fase da operação, chamada de "Erga Omnes", foi deflagrada no dia 19 de junho e cumpriu 59 mandados judiciais em SP, RJ, MG e RS. A operação teve como alvo as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez e prendeu os seus respectivos presidentes - Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo. Outros dez investigados, a maioria executivos das duas empresas, também foram presos na ação.
Três deles tiveram a prisão temporária vencida e foram soltos. Alexandrino de Salles, executivo da Odebrecht, teve a prisão temporária (com duração de 5 dias) convertida em preventiva. Segundo a PF, há indícios concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas.Â
Os investigados são suspeitos de crime de formação de cartel, fraude em licitações, corrupção de agentes públicos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.Â
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Fonte: G1