É com felicidade que estreio minha coluna hoje. Pretendo utilizar este espaço, que foi gentilmente concedido, para falar sobre Picos e dividir com vocês minhas opiniões sobre nossa querida cidade. Penso que muito precisa ser falado e discutido sobre a nossa realidade. Tenho conversado com as pessoas e vejo a indignação delas com o descaso do poder público. Estamos cansados de saber que a cidade de Picos tem um potencial enorme e, mesmo com esse potencial, especialmente o econômico, pouco tem sido feito pelo desenvolvimento de nossa cidade. Até mesmo a nossa localização, que deveria nos favorecer para impulsionar o crescimento, parece ser um problema. Falta de planejamento urbano, social e infraestrutura em geral são alguns fatores que muito têm prejudicado. Acompanhamos nos últimos anos o investimento da iniciativa privada, especialmente nas áreas de saúde, educação, varejo e construção civil, e a impressão é de que não alcançamos mais investidores por falta de incentivo e de melhorias públicas que poderiam tornar a nossa cidade mais atrativa para novos empreendimentos. Como empresário, posso atestar a importância de investir em locais que tenham uma estrutura mínima capaz de receber novas empresas interessadas na região. Uma cidade que conte com iniciativas públicas eficazes, sem dúvida, estimula o interesse de novos empreendimentos. E estes, gerariam muitos benefícios, dentre eles emprego e renda para muitas famílias. Tudo o que vemos diariamente são serviços públicos que vão de mal a pior. Se pegarmos apenas a área da saúde, por exemplo, poderemos atestar várias dificuldades. O Hospital Regional Justino Luz tem uma das piores estruturas de saúde do Estado e está prestes a ser interditado por determinação do Conselho Regional de Medicina (CRM). Os postos de saúde não atendem à demanda e estão completamente abandonados na zona rural. Citamos o exemplo do posto do povoado Chapada do Fio, que funciona em local inadequado, e também os postos de tratamento odontológico, que estão quase sem o atendimento devido à falta de manutenção dos consultórios (cadeira odontológica) e de material (caneta e anestésicos) para os procedimentos. Atualmente são trinta dentistas que compartilham de apenas vinte consultórios. Nos bairros Canto da Várzea, Junco e Malvinas cada consultório é utilizado por dois dentistas. Sem falar em outros problemas que persistem por muitas administrações, como a necessidade de um hospital de alta complexidade, uma maternidade, além de Instituto Médico Legal (IML) e de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), que beneficiariam não só a população de Picos, mas de toda a macrorregião, estimada em 400 mil pessoas. Situações como essas precisam ser resolvidas com urgência e para isso é preciso uma equipe técnica que conheça de perto os problemas. Particularmente, acredito no potencial da nossa cidade e do seu povo trabalhador e empreendedor. Por isso, quero utilizar este canal de comunicação para falar sobre a verdadeira realidade do nosso povo e para divulgar o lado da história que muitos não querem contar. Junior Nobre – Funcionário Público Federal e Empresário