Matéria / Polícia

Caso Castelo: delegado geral diz que nova tese é 'absurda e oportunista'

Para Riedel Batista, tese desrespeita trabalho feito pela Polícia Civil, pelo Ministério Público e pela Justiça.

05/08/2015 | Edivan Araujo
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O delegado geral da Polícia Civil do Piauí, Riedel Batista, rebateu os argumentos apresentados pelo defensor público Gerson Henrique, de que apenas o adolescente Gleison Vieira Silva, 17 anos, teria envolvimento no estupro coletivo praticado contra quatro garotas da cidade de Castelo do Piauí, no dia 27 de maio deste ano, e que culminou com a morte de uma das vítimas, Danielly Rodrigues Feitosa, 17 anos.
Para Riedel, a tese apresentada pela defesa é "absurda e oportunista, além de desrespeitar todo o trabalho feito pela Polícia Civil, pelo Ministério Público e pela Justiça".
O delegado geral ressalta que a fase do inquérito policial já foi concluída há semanas, e deveria ter sido contestada, se fosse o caso, bem antes. "Essa tese é despropositada e não tem fundamento algum. O defensor tem que cumprir o seu papel, claro, mas para isso deve apresentar argumentos equilibrados e sensatos. Não pode desrespeitar o trabalho dos outros, porque ninguém aqui é amador. Somos todos profissionais, a Polícia, o promotor e a Justiça [...] Eu entendo que a defesa desses menores é realmente muito difícil, mas também não se pode apelar. Querer atribuir a culpa de todo o crime a apenas um menor que nem está mais aqui para se defender é absurdo. Chega a ser um desrespeito inclusive com ele [Gleison]", critica Riedel.

O delegado também falou que o inquérito policial está embasado em inúmeros depoimentos e em fartas provas técnicas, produzidas a partir da perícia realizada nas vestimentas de vítimas e dos acusados e, ainda, dos exames feitos nos adolescentes infratores, nas meninas atacadas e em Adão José de Sousa, único adulto acusado de participação na barbárie.

Riedel descarta a possibilidade de a investigação ser reaberta, por conta do recurso que o defensor dos menores pretende apresentar à Justiça. "É muito cômodo alegar que só um dos menores foi o autor do crime, logo agora que ele está morto. E, inclusive, foi assassinado pelos outros envolvidos. Se eles são tão inocentes, então por que mataram [o Gleison]?", questiona.

O delegado geral afirma, ainda, que nenhuma pessoa de bom senso acreditaria que um adolescente franzino conseguiria sozinho render, amarrar e violentar as quatro garotas vítimas, que têm a mesma faixa etária de Gleison.

Internos do CEM disseram ter ouvido Gleison assumir ser único autor do crime

No recurso que pretende apresentar ao Tribunal de Justiça para pedir a absolvição  dos outros três menores acusados, o defensor público vai alegar que internos do Centro Educacional Masculino teriam escutado Gleison revelar que os outros três menores sentenciados não tiveram qualquer tipo de envolvimento na barbárie.

Gleison teria dito, ainda, que cometeu o crime com a ajuda de outras duas pessoas, cujos nomes ele não revelou antes de morrer.

Apesar dessa reviravolta no caso do estupro coletivo em Castelo, o promotor de Justiça Cesário Cavalcante defende a manutenção das penas impostas aos menores.

Fonte:Portal O Dia

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