Matéria / Polícia

Jovem do Pará participa de evento no Piauí e afirma que sofreu estupro coletivo

Natural do Pará, a vítima veio para Teresina somente para participar desse encontro e, segundo ela, foi vítima de um estupro coletivo.

21/08/2015 | Edivan Araujo
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Uma jovem de 22 anos que não quis ser identificada procurou a Rede Meio Norte para realizar uma denúncia sobre um caso que aconteceu com ela em um evento de capoeira na Adufpi (Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí), na zona Leste de Teresina. Natural do Pará,  a vítima veio para Teresina somente para participar desse encontro e, segundo ela, foi vítima de um estupro coletivo.

De acordo com seus relatos, ela veio do Pará para participar desse evento que ocorreu durante todo o dia. No final, a organização realizou uma confraternização entre os alunos para celebrar o momento. Todos começaram a beber e a jovem sentiu uma grande sonolência, resolvendo ir imediatamente para o seu quarto, que também fica na instituição. Pouco tempo depois, quatro homens invadiram o local e começaram a estuprá-la durante quatro horas.
“Eu vim do Pará para participar desse evento, quando no final do dia começamos a beber. Eu suspeito que tinha alguma coisa na minha bebida porque eu não bebi muito mas logo comecei a sentir muito sono. Então fui para o meu quarto, quando eu já me encontrava deitada, eles entraram lá e abusaram de mim. Eu não tinha força para nada, quando eu consegui mandar eles irem embora eu apenas dormi de novo. No dia seguinte eles assumiram o erro e vieram me pedir desculpas, disseram que não sabiam porque tinham feito isso, colocaram a culpa no álcool. O outro disse que tinha sido possuído pelo diabo para ter feito uma barbaridade dessas”, afirmou ela em depoimento.

Logo após se sentir melhor, a jovem resolveu ir até a delegacia da mulher registrar queixa do ocorrido. “Eu fui procurar o organizador do evento para pedir ajuda, mas ele achou que de alguma forma eu ia prejudicá-lo, as palavras que ele usou fizeram com que eu me sentisse muito culpada e não conseguisse raciocinar porque estava em choque. Mas mesmo assim fui na delegacia da mulher e registrei uma queixa. Vi que não tinha ido para frente e eu estava sozinha, então fui para Belém procurar ajuda de alguém, dos meus amigos e da minha família. Agora resolvi voltar com o meu advogado para dar continuidade”, declarou.

Ainda segundo ela, dos quatro envolvidos, três são conhecidos. “Eles eram quatro, sendo que dois são alunos do professor de capoeira, um eu tinha contato e conhecia a esposa dele e o outro é do Maranhão. De todos eles, dois são de Teresina, o do Maranhão mora lá mas também é de Teresina”, relatou ela.

O advogado da vítima, Paulo Cezar Menezes, afirmou que o crime não ficará impune. “Essa jovem me procurou para que eu a acompanhasse de Belém até aqui para que terminasse um procedimento que ela tentou fazer e foi impedida pelo organizador do evento. Eu me senti sensibilizado com o que aconteceu, na verdade essa menina foi estuprada, e nós viemos aqui para que fosse colhido a sua fala, o seu depoimento e fosse indicado os autores da prática desse delito. O organizador do evento se preocupou só com o evento e com sua vaidade pessoal, será qualquer evento é mais valorizado do que o ser humano? Claro que não. Este caso não ficará impune, que os responsáveis sejam devidamente punidos de acordo com a lei”, disse.

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A delegada Vilma Alves, relatou toda a sua tristeza e revolta com o caso. “É um fato triste, porque só um estuprador já constrange, já deixa a mulher decepcionada, ela fica sem vontade de viver, imagine quatro homens. É um absurdo, estupro coletivo não pode mais acontecer. Esse fato tem que ser investigado, ela estava dormindo, eles não tinham o direito de adentrar, violentar e fazer com que uma mulher sem condições de defesa passe por isso. A delegacia da mulher vai trabalhar em cima desse caso. Realmente tem que castrar, só vai assim, o estupro é o maior de todos os crimes contra a mulher, não vamos aceitar, tenho certeza que todos esses quatro estupradores irão para a cadeia para sentir o que se faz com uma mulher sem condições de defesa. A mulher é dona do seu corpo, não são os estupradores que vão decidir isso. Durante a investigação nós vamos ver se colocaram algo na sua bebida e o responsável do evento também será chamado porque ela o procurou, pediu ajuda e não foi dado. Todas as autoridades de Teresina estarão do lado dela, ela não vai ficar só”, afirmou ela.

O organizador do evento não quis se pronunciar sobre o caso.

Fonte:Meio Norte

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