Alunos e professores da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) de Parnaíba desenvolveram o protótipo de um "fadigômetro", que tem como objetivo mensurar a fadiga muscular durante a realização de exercícios físicos. A intenção é evitar lesões e danos musculares a atletas ou pessoas comuns praticantes de esportes. Segundo o físico e professor Gildário Dias, um dos coordenadores do projeto, o produto deve estar disponível para comercialização em um ano e meio.Â
"Ainda não temos valores de comercialização, mas vai ser bastante acessível para o público comum. Teremos outra versão para clínicas, que deve ser mais cara. Para a população comum, o fadigômetro pode ser como um aplicativo para celular, que a pessoa baixa e usa", informou.Â
O professor explicou que o aparelho vai utilizar informações objetivas para dimensionar a fadiga muscular. Atualmente, as formas existentes de mensuração seguem aspectos subjetivos ou são bastante invasivos, o que dificulta a obtenção de uma informação confiável. O risco disso é que a fadiga excessiva pode causar graves lesões aos praticantes de exercícios.Â
"Hoje, utiliza-se uma escala de zero a 14, para que a própria pessoa diga o nível de cansaço muscular que está sentindo. É muito subjetivo. A outra forma é colhendo sangue e medindo a quantidade de lactato, mas é um procedimento invasivo, não se pode realizar esse teste o tempo todo", explicou.Â
No protótipo, o acelerômetro presente até mesmo em aparelhos celulares - que mede a velocidade com que o usuário se desloca - serve como base para o produto. O fadigômetro vai medir a velocidade com que um exercício é feito, o ritmo de realização e o "caminho" do membro exercitado.
"Qualquer mudança no ritmo, na velocidade e no caminho do exercício indicam fadiga muscular e pode ser percebido pelo aparelho. Assim, o fadigômetro precisa apenas estar acoplado à parte do corpo exercitada, como perna, braço, ou ombro", informou.Â
O protótipo foi apresentado na última semana durante o e-HEALTH Innovation, encontro promovido pela Infoway, empresa piauiense especializada em sistema de gestão e que está financiando o projeto, em parceria com a Ufpi.Â
Ney Paranaguá, Dr. em Ciência da Computação e anfitrião do evento, destacou a importância em apostar nas pesquisas feitas nas academias. Â
“A promoção desse encontro visa antes de tudo fomentar nos nossos gestores e instituições esse compromisso de estarem mais próximos e acreditando nas pesquisas acadêmicas que dão certo. A Infoway acredita nessa parceria e se colocou à disposição desses estudantes e pesquisadores que descobriram uma forma de avaliar objetivamente a fadiga muscular. Resolvemos nos unir para mostrar que podemos fazer mais  quando investimos na pesquisa”, destacou o empresário.
No momento, dois professores e três alunos da Ufpi, dos cursos de Fisiorterapia, Sistema da Informação, Física, Matemática e Biomedicina estão à frente do projeto. Nas etapas de testes para que o produto seja comercializado, outros professores devem estar envolvidos. Fisioterapeutas deverão ser os principais usuários do "fadigômetro".
Fonte:Cidade Verde