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ONG revela deterioração da liberdade de imprensa na América Latina

Entre os 180 países que fazem parte da lista, Brasil é o 104º. Continente americano aparece pela 1ª vez figura atrás da África.

21/04/2016 | Edivan Araujo
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A liberdade de imprensa se deteriorou em todas as regiões do mundo em 2015, em particular no continente americano, que pela primeira vez figura atrás da África na classificação anual da Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Na lista publicada nesta quarta-feira, que analisa 180 países com base em indicadores como pluralismo, independência dos meios, autocensura, marco legal, transparência, infraestruturas e agressões, a RSF afirma que a América Latina retrocedeu claramente com os assassinatos e ataques a jornalistas, especialmente no México e na América Central.

"A classificação se deteriorou em todos os continentes. No americano, literalmente caiu (20,5%) pelo peso de uma América Latina abalada pelos assassinatos e pelos ataques a jornalistas no México e na América Central", afirma o RSF, com sede em Paris.

Na América Latina, "a violência institucional (na Venezuela, 139ª, ou no Equador, 109º), o crime organizado (em Honduras, 137º), a impunidade (na Colômbia, 134ª), a corrupção (no Brasil, 104º) e a concentração dos meios de comunicação (na Argentina, 54º) constituem os principais obstáculos para a liberdade de imprensa", destaca a RSF.
Na América do Norte, os Estados Unidos (41º) sofrem com o efeito da vigilância cibernética, e o Canadá (18º) retrocedeu "ao final do mandato do ex-premier Stephen Harper". O México ocupa a 149ª posição da lista.

O continente americano está agora atrás da África, apesar de a zona África do Norte/Oriente Médio permanecer a região do mundo onde os jornalistas estão submetidos às maiores pressões, de todo o tipo, de acordo com a ONG.

"Todos os indicadores da classificação se deterioraram. Numerosas autoridades públicas estão tratando de recuperar o controle de seus países e temem que o debate público se abra demasiadamente", disse à AFP Christophe Deloire, secretário-geral da RSF.

"Estamos entrando em uma nova era da propaganda, em que as novas tecnologias permitem a baixo custo difundir sua própria comunicação, sua informação, seu discurso", analisa.

Fonte:G1

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