Um estande de vendas de um prédio de luxo que será construído na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo, desabou nesta sexta-feira (22/04), deixando um piauiense morto e outros cinco operários levemente feridos. O acidente aconteceu no terreno da Construtora Cyrela e as causas ainda serão investigadas pela Polícia Civil. A Prefeitura apura se a obra de desmontagem da estrutura estava de acordo com o alvará.
A vítima foi o gesseiro Antônio Soares do Nascimento, de 38 anos, que nasceu no município de Boa Hora, e morava havia cerca de 20 anos em São Paulo, onde sempre trabalhou na construção civil. Ele deixa quatro filhos: o mais velho, de 18 anos, também trabalhava no estande que desabou, mas não se feriu, segundo familiares que foram nesta sexta ao local do acidente.
“Escutei um estrondo muito forte. Quando olhei, vi tudo vibrando, parecia um terremoto. Depois desabou de uma vez. Tinham dois rapazes lá em cima que começaram a gritar. Um deles pulou para se salvar”, disse José Pacheco, de 45 anos, fiscal de um ponto de ônibus na frente da obra, na Rua Michel Milan. Foi ele quem acionou o Corpo de Bombeiros, que usou dois cães farejadores para encontrar as vítimas entre os escombros. O trabalho demorou três horas.
Os operários são funcionários da empresa ICR Construção Racionais, contratada pela Cyrela para montar e desmontar o estande, que tinha dois pavimentos e a reprodução de um apartamento decorado. No terreno, de 5.650m ², será construído um único prédio com 55 apartamentos de altíssimo padrão. São unidades de 270 m² e 340 m² e cinco vagas na garagem, com preço mínimo de R$ 7 milhões. Batizado de One Sixty, em referência aos 160 metros de fachada, o empreendimento foi lançado pela Cyrela em outubro de 2015.
Em nota, a Cyrela afirma que “lamenta profundamente o ocorrido” e “está prestando toda assistência às vítimas e suas famílias e auxiliando as autoridades na investigação”. Segundo a construtora, o estande estava fechado desde quarta-feira para sua demolição parcial, antes de dar início às obras do projeto, e todas as licenças envolvendo o estande estão “dentro da regularidade e da validade”. A Prefeitura informou que vai chamar o engenheiro da ICR para comprovar que respeitou o alvará e justificar o ocorrido.
Fonte: Com informações do Estadão